Indústria da limpeza alinhada às práticas ESG

Ações sustentáveis e preocupação com o social estão sempre presentes no mercado da limpeza profissional                                  

As práticas ESG têm o potencial de agregar valor, transformar gestão e processos de uma organização e promover mudanças sociais.

Sem dúvida, a sigla ESG (do inglês “environmental, social and governance” ou ambiental, social e governança), está cada vez mais presente no dia a dia das empresas.

Portanto, não é diferente na indústria da limpeza profissional.

André Fonseca, da Oleak

“Falar sobre práticas ESG é empolgante e desafiador, dada a amplitude de ações que o conceito engloba. A adoção das práticas não apenas nos alinha a princípios éticos e de responsabilidade social, mas também fortalece a resiliência da empresa, impulsiona a inovação e contribui para a construção de um setor mais sustentável e consciente”, afirma André Fonseca, gerente de marketing da Oleak.

Para o setor de limpeza profissional, Fonseca destaca o pilar de sustentabilidade do ESG como essencial.

Tal pilar proporciona benefícios significativos para a sociedade como um todo.

Fonseca ilustra as possibilidades a partir de iniciativas que foram implantadas pela empresa para a redução significativa do uso de plástico na cadeia produtiva e a transição para 100% de energia renovável no parque fabril.

Preocupações e necessidades

Todavia, o conceito ESG não é explorado em sua totalidade e causa certa preocupação quando tem o foco exclusivo na questão ambiental e muitas vezes com o viés de marketing, alerta Luciano Rocha, diretor comercial da Girassol.

Luciano Rocha, da Girassol

Para o executivo, a indústria precisa ter a preocupação com as pessoas, ou seja, com o desenvolvimento sustentável da mão de obra.

“O ramo da limpeza tem no ESG um passo importante para dar, tanto na produção de químicos sustentáveis como na empregabilidade e questões sociais”, pontua.

Rocha defende a necessidade de valorizar o colaborador, oferecer um bom ambiente de trabalho e ser sustentável ao redor onde a empresa está inserida, participando para evoluir e mudar a região.

Ademais, analisa que, como indústria, ainda há muito a desenvolver e regulamentar para a produção ecológica no Brasil.

Também ressalta as iniciativas como a rotulagem ABNT em curso, que assegura o menor impacto ambiental de um produto.

Mercado da limpeza transita bem pelo ESG

Guilherme Salla, diretor-adjunto de Sustentabilidade da Abralimp

Guilherme Salla, diretor-adjunto de Sustentabilidade da Abralimp, destaca que as empresas têm muito a desenvolver dentro de cada variável.

No quesito ambiental, o mercado da limpeza soma ações concretas para o meio ambiente.

Como exemplos relaciona a diminuição de resíduos, economia circular, redução do consumo de água, uso de produtos concentrados para evitar desperdícios e reduzir o transporte, logística reversa entre outros.

Por sua vez, no aspecto social, trata-se de um setor que sempre foi inclusivo, abrindo portas para as pessoas ingressarem no mercado de trabalho.

“E quando falamos no G, falamos sobre ética, sobre como se porta o mercado, comprometendo-se com a transparência”, pontua Salla ao ressaltar que a indústria da limpeza tem potencial de atuar nas três letras de forma prática e eficiente.

Ademais, é importante ter clareza sobre o fato de que as práticas ESG podem ser implementadas por qualquer empresa, independentemente do porte.

Como incorporar o ESG

De acordo com Fonseca, a adoção das práticas ESG será intrínseca aos valores e à estratégia da empresa.

“É importante perceber que mesmo que a sua empresa já esteja alinhada às práticas ESG, é importante passar por uma avaliação interna rigorosa que começa com a identificação de impactos ambientais e sociais”, orienta.

Em suma, após entender a situação atual da empresa, o passo seguinte é criar um plano de aderência às práticas ESG.

Isso envolve o estabelecimento de indicadores e metas (KPIs) que serão utilizados para avaliar o progresso.

“O mais importante nesta etapa, na minha opinião, é definir metas realistas e alinhadas com a operação da indústria a curto, médio e longo prazos”, diz Fonseca.

Também é fundamental revisar e avaliar os processos internos, integrando práticas ESG aos fluxos de trabalho existentes.

Para tanto, deve-se considerar todas as etapas da cadeia produtiva, desde a seleção de suprimentos até o descarte de resíduos.

Por fim, outro ponto relevante é ter uma comunicação aberta e transparente.

Consumidores estão de olho

Limpeza profissional sempre foi baseada em ESG, mesmo antes dessa nomenclatura

Do lado dos clientes, eles precisam e tendem a olhar para a empresa como um todo e não somente para o produto que vende.

Portanto, é crucial reconhecer que o setor não pode ignorar as expectativas crescentes dos consumidores.

“A sociedade está cada vez mais atenta aos impactos ambientais e sociais das empresas, e adotar práticas ESG atende às expectativas do mercado por soluções eficazes que também sejam responsáveis e sustentáveis. Isso não apenas responde à demanda do consumidor, mas proporciona uma vantagem competitiva significativa em um mercado em constante evolução”, avalia Fonseca.

Certamente, para a indústria da limpeza profissional, estar alinhado com práticas ESG é de vital importância e impacta o setor como um todo.

“Um exemplo claro disso é quando uma empresa lança um produto que utiliza menos matérias-primas em sua composição ou reduz o uso de plástico em seu transporte. Essa atitude eleva o padrão para todo o mercado, incentivando a busca por soluções com uma pegada ambiental menor. No final, a sociedade é a maior beneficiada por essas inovações”, pondera Fonseca.

Todavia, não adianta ter um produto ecologicamente correto se há exploração do trabalho, os impostos não são pagos devidamente e a preocupação com toda a cadeia é inexistente.

“É preciso ter harmonia com o meio em que vive. Não é o lucro pelo lucro. Ele deve existir, mas em um ambiente saudável e ético, ainda que competitivo”, enfatiza Rocha.

Próprio da limpeza profissional

De acordo com Salla, por mais que possa ser um tema novo para o mundo, a limpeza profissional sempre foi baseada em ESG, “mesmo sem ter essa nomenclatura”, enfatiza.

Salla destaca que há quase 40 anos a Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) traz em sua missão a temática ESG, buscando incluir socialmente os profissionais, treinando e capacitando para o mercado.

Esse esforço levou à criação da UniAbralimp, para ampliar a oferta de cursos e dar oportunidade para profissionais buscarem a capacitação.

Para melhor compreender como a Abralimp tem implementado tais práticas, acompanhe no Infográfico ESG – Abralimp:
https://revistahigiplus.abralimp.org.br/wp-content/uploads/2023/11/Infografico-ABRALIMP-ESG-Digital.pdf

Quer saber mais sobre ESG? Leia também: https://revistahigiplus.abralimp.org.br/esg-e-a-limpeza-profissional/

Fonte: Abralimp

Fotos: Freepik / Freepik / Divulgação