Dia da Terra propõe reflexão sobre preocupações ambientais

Engajamento do mercado da limpeza profissional com as ações de preservação do meio ambiente é cada vez mais essencial     

O Dia da Terra (ou Dia Mundial do Planeta Terra) é comemorado em todo o mundo, em 22 de abril, para marcar a luta em defesa do meio ambiente.

A data propõe uma reflexão sobre a importância do planeta e desperta a consciência para os problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais.

Muitas empresas e organizações mobilizam-se em ações voltadas para a sustentabilidade.

Reciclar, reutilizar e reduzir o consumo são três pontos que nos últimos tempos ganharam dimensão e fazem parte das estratégias das organizações.

Mas como o segmento da limpeza profissional está inserido nessa luta?

Sem dúvida, setor é fundamental para a questão.

Pelas boas práticas, o consumo de água e energia tem redução.

Os materiais utilizados têm grande potencial de reciclagem; também é possível poupar embalagens e reduzir o uso de químicos por meio de projetos bem coordenados.

No curto prazo

Guilherme Salla, da Maxi Service e diretor adjunto de Sustentabilidade da Abralimp, apresenta algumas maneiras das empresas contribuírem no curto prazo.

Guilherme Salla, diretor adjunto de Sustentabilidade da Abralimp

A primeira delas é pela adoção de produtos sustentáveis e com procedência que não agridam o meio ambiente,

Em suma, aqueles com selo sustentável, que usam matéria-prima biodegradável ou que reduzem embalagens.

“Temos diversas formas de utilização de produtos químicos na linha de frente. Esse seria o primeiro e mais importante passo”, ressalta.

O segundo passo é olhar para o processo de limpeza profissional pensando em como utilizar menos água e otimizar os recursos disponíveis para evitar o desperdício.

Entretanto, para assegurar esses dois primeiros passos, um terceiro ponto busca por empresas certificadas, visto que o mercado conta com algumas formas de certificação, como a ISO 14000, com diretrizes para a gestão ambiental, e o rótulo ecológico da ABNT.

Mais vida para as máquinas usadas

André Stopiglia, da Nilfisk e diretor da Câmara de Fabricantes de Máquinas da Abralimp, conta que um dos movimentos importantes no segmento é a reforma de máquinas usadas, principalmente provenientes de contratos de locação ou de empresas que realizaram leilões.

André Stopiglia, diretor da Câmara de Fabricantes de Máquinas da Abralimp

A recolocação dessas máquinas no mercado iniciou em pequenos players.

Hoje, alguns fabricantes adotam a prática da reforma e recolocação em uso.

É algo viável para operações que não sejam muito agressivas e, desse modo, não necessitam de máquinas novas.

“Temos o investimento em máquinas novas, mas temos também um mercado secundário de aquisição ou de locação de máquinas usadas”, destaca Stopiglia.

Trata-se de uma forma de atender a falta de máquinas novas e evitar o descarte com maior frequência de máquinas usadas.

Ademais, o mercado de máquinas tem utilizado peças usadas, como é o caso de escovas de pisos, aproveitando as bases por até três ou quatro vezes antes do descarte.

Isso evita o descarte prematuro de toneladas de componentes de plástico, aumentando a vida útil dos recursos.

“Pegada” sustentável na limpeza

Ricardo Crepaldi, presidente regional e coordenador estadual de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas na Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, diz que a reciclagem e a produção que visa poupar embalagens são duas ações em evidência dentro do setor, porém alerta que ainda estão concentradas em poucas indústrias.

Ricardo Crepaldi, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

“Algumas empresas já estão além, mas a grande maioria ainda precisa fazer a sua parte”, alertou Crepaldi.

Ele compara que o mercado é formado por empresas com sistemas de gestão ambiental e outras que ainda estão distantes da “pegada” sustentável.

Todavia, já é possível ver uma evolução no segmento da limpeza profissional.

Muitas empresas buscam o reconhecimento como organizações verdes e estão ativas em eventos e em projetos e produtos sustentáveis.

Além disso, existem algumas práticas no recolhimento e transformação de materiais descartáveis, com programas estruturados de reciclagem e reaproveitamento.

Para Crepaldi, é preciso ter um olhar mais atento para a questão e pensar como os processos podem contribuir para as questões ambientais.

Educar em todos os níveis

Certamente, desde a compra consciente de produtos não agressivos ao meio ambiente ao descarte adequado de todo o material utilizado, é possível traçar operações sustentáveis e isso é um ponto que o setor precisa ter no seu foco.

“Há muito para evoluir. Precisamos de um trabalho de educação, desde os dirigentes das empresas até quem executa cada um dos serviços. A orientação é importante para melhorar o contexto”, adverte Crepaldi.

Pequenas e simples ações contribuem para transformar o mercado.

Por exemplo, o tratamento dado aos uniformes, uma vez que o setor tem grande rotatividade e a reutilização, com a assepsia adequada, é uma boa saída para reduzir o descarte de tecidos.

O reaproveitamento de materiais de um contrato para o outro é algo a ser pensado pelos gestores para ampliar o ciclo de vida dos produtos.

Sem falar na questão das frotas, pois poucas empresas apresentam iniciativas de uso de veículos elétricos.

Opção ecológica

Vale citar que algumas empresas do setor já nascem dentro dessa “pegada” ambiental.

É o caso do Grupo Ecolog, empresa de terceirização de mão de obra e facilities.

Piterson Vieira, gerente comercial da Ecolog

Piterson Vieira, gerente comercial da Ecolog, destaca que a empresa agrega recursos e processos sustentáveis na execução da limpeza.

“Buscamos utilizar produtos em sua maior parte sustentáveis e não adianta utilizá-los se há desperdícios. Então, nos últimos cinco anos, adotamos diluidores automáticos. Menos uso de produtos e menos uso de água”, pondera Vieira.

A condução dos processos sustentáveis inicia na oferta de produto ao cliente.

Ela deve ser racionalizada, passando pela opção de uso de equipamentos e máquinas a bateria, sem esquecer do descarte ambientalmente correto. Tudo contribui para o objetivo da operação verde.

Reciclagem sempre bem-vinda

Por sua vez, há empresas que buscam orientar seus clientes para operações em direção à redução de desperdícios.

Rafael Thomé Gasparin, CEO da Profline Higiene

Rafael Thomé Gasparin, CEO da Profline Higiene, conta que por meio de um programa de parceria sustentável a empresa implanta o uso do papel toalha recuperado feito a partir de caixas tipo longa vida desenvolvido por uma fabricante de papéis.

Trata-se de um papel sustentável e que impõe o desafio de mostrar ao mercado sua qualidade e vantagens, superando as questões de coloração.

Como comparativo, Thomé diz que um fardo desse tipo de papel recicla 108 unidades de caixas, economiza 64,5 litros de água e 7,9 kg de madeira.

Mudanças concretas

Contudo, para que todas as iniciativas deste setor e de todos os demais da economia produzam frutos, é essencial que observem medidas concretas de desenvolvimento sustentável e não apenas adotadas como estratégia de marketing.

A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) busca conscientizar e promover entre seus membros a informação sobre processos sustentáveis.

Na última edição da Higiexpo, a Abralimp comemorou a conquista do Selo Evento Neutro, realizando um evento carbono zero. Também apresentou na feira a Ilha Elétrica, para mostrar as novidades e vantagens da mobilidade elétrica, inclusive nas frotas das empresas.

A Abralimp está à disposição de seus associados para apoiar ações sustentáveis e promover debates e encontros que contribuam para um Planeta mais saudável.

Fale com a gente.

Fonte: Abralimp

Fotos: Divulgação / Freepik