Mercado da limpeza avança no desenvolvimento de produtos para eliminar odores ruins
Limpeza e cheirinho bom formam combinação perfeita, sem falar que a identidade olfativa fortalece marcas
A limpeza também deve se preocupar com os odores presentes no ambiente.
Sem dúvida, ao entrar em qualquer lugar, entre as primeiras percepções está o cheiro.
Esse aspecto pode levar a sensações positivas e negativas, como remeter a alguma recordação da infância ou, quando o cheiro for ruim, causar certa aversão ao local.
Todavia, o mau cheiro decorre de diferentes fatores. A boa notícia é que pode ser neutralizado.
Guilherme Macedo, sócio-fundador e diretor-executivo da Ekkoa, destaca que, para solucionar a questão dos odores ruins nos ambientes, diversas abordagens modernas têm sido utilizadas.
No entanto, ele diz ser importante não confundir um perfume, que mascara, com um produto neutralizador.
Diferentes soluções para o mercado da limpeza
Entre as soluções, Macedo cita os filtros de carvão ativado, por exemplo, que são capazes de absorver e eliminar odores indesejados do ar.
Por sua vez, os aromatizadores por aerossol misturam aromas que cobrem os maus odores de forma temporária.
Além disso, o mercado conta com difusores de fragrâncias, com opções avançadas que adotam a tecnologia para ajustar o uso.
Em resumo, tecnologias permitem a adoção de nanopartículas para manter o produto no ar e até faz com que usuários personalizem a intensidade do aroma desejado via aplicativo.
Nesse sentido, Macedo explica que a neutralização ativa faz com que produtos fiquem no ar eliminando as partículas de odores ruins.
Espaço para o non-odor
Nesse campo, existe um segmento diferenciado no mercado: o non-odor (ou não odor).
São produtos e equipamentos destinados a tirar odores do ambiente sem deixar fragrâncias, explica Alexandre Stadler, fundador e CEO da Dassco.
Ele explica que, embora o cheiro tenha influência significativa no processo de finalização da limpeza, processos que permitam “zero odor” são importantes para estabelecimentos como restaurantes, instalações que lidam com alimentos ou áreas de saúde.
Entre as inovações que destaca estão os equipamentos que liberam nanopartículas no ambiente para formar uma proteção contra odores ruins, ou seja, agem para eliminar o odor indesejado assim que ele surgir.
“Geram uma atmosfera protegida. Podem ser programados de acordo com o horário de funcionamento do estabelecimento, gerando nanopartículas que ficam em flutuação e protegem constantemente o local”, explica.
Respeito ao meio ambiente
Contudo, Stadler destaca a importância de escolher ativos de origem natural para a produção de odorizadores, substituindo os derivados petroquímicos.
“É preciso cuidado com o que colocamos no ar, porque respiramos tudo isso”, pontua Stadler.
Breno Garcia, diretor da Atmosphera, reforça que produtos inovadores buscam eliminar o mau cheiro em primeiro lugar para posteriormente atuar na odorização do ambiente.
Para ele, é fundamental entender que, muitas vezes, a mistura de um perfume com o cheiro ruim presente no lugar pode gerar um terceiro odor e ocasionar a insatisfação do cliente.
“O importante é eliminar o foco causador do odor ruim. Assim, é possível tratar a situação do cliente e deixar o bem-estar do perfume no ambiente”, acrescenta.
Também ressalta a importância de adaptar as notas aromáticas a cada tipo de ambiente.
Nesse sentido, lembra que banheiros pedem um grupo de essências que lembram a limpeza, como é o caso de aromas cítricos.
A possibilidade de criar a identidade olfativa
Se por um lado os avanços levam a produtos eficientes contra odores, existe ainda um outro movimento no mercado que chama atenção: a identidade olfativa.
Em síntese, trata-se da proposta de criar uma associação entre o aroma com uma marca, empresa ou local.
Segundo Macedo, por meio do marketing olfativo, aromas específicos criam uma experiência sensorial positiva ao mesmo tempo que mascaram odores desagradáveis.
“A personalização da fragrância é fundamental para criar uma identidade sensorial única para a marca. Aromas específicos influenciam emoções e percepções, criando uma conexão emocional com os consumidores”, ressalta Macedo.
Portanto, a identidade olfativa permite diferenciar a marca da concorrência, promovendo a memorização e o reconhecimento pelos consumidores.
Além disso, aromas agradáveis tornam os ambientes mais acolhedores e confortáveis, inclusive promovendo a redução do estresse e aumentando a concentração.
A importância de registros
No mercado da limpeza, é crescente a demanda por notificações e registros de produtos Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), conta Rubia Williamsom, sócia-administrativa da C.Marcas e Patentes.
Assim, produtos de risco 1 (baixo risco) necessitam da notificação, como é o caso de saneantes. Por sua vez, os produtos de risco 2, que inclui aqueles que necessitam de testes e laudos, ficam sujeitos ao registro pela Anvisa.
Contudo, em relação ao registro de marcas, é interessante ressaltar que nesse concorrido mercado, no caso brasileiro, não existe um registro de marcas olfativas, embora ele já seja praticado em países como os Estados Unidos.
Lucimar Bento Curcino, também sócia-administrativa da C.Marcas e Patentes, destaca que existe uma gama de marcas de odorizadores e a proteção leva em conta o nome que vai no produto com toda a sua linha de fragrâncias, por exemplo.
“É importante ressaltar que nomes genéricos não são passíveis de registro. A empresa pode fazer o registro completo da sua linha, mas isso não garante a exclusividade sobre termos genéricos ou cheiros presentes”, destaca Lucimar.
Fabricante deve proteger características de seu produto
Mesmo assim, Lucimar explica que é importante o registro de marcas e patentes para proteger o Trade Dress, ou seja, o conjunto de elementos que caracterizam visualmente uma empresa ou produto.
“Muitos consumidores estão habituados à apresentação do produto e cópias podem ser objeto de ação judicial”, informa Lucimar ao fazer referência a imitações de embalagens presentes no mercado.
Embora uma cor não tenha exclusividade de uso, o conjunto de informações da embalagem é resguardado pelo registro.
Portanto, Lucimar aconselha proteger a marca preferencialmente antes de lançar um produto no mercado.
Na Higiexpo 2024, as duas profissionais estarão em estande para tirar dúvidas das empresas sobre registros de marcas e patentes, e sobre notificações e registros na Anvisa.
E fique de olho na programação das Áreas do Conhecimento, que terá uma palestra com orientações para a regulação das empresas, licenças e até como se portar na visita de inspeção sanitária.
As empresas entrevistadas nesta matéria também estarão na Higiexpo.
Visite os estandes e conheça as novidades em odorização de ambientes.
Fonte: Abralimp
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