MITOS & VERDADES: álcool para uso na limpeza é eficiente?
O álcool é usado para eliminar microrganismos; já na remoção da sujeira, pode ficar devendo
O álcool é bastante requerido na limpeza doméstica, de restaurantes, escritórios e hospitais, e tem sua eficácia associada à desinfecção.
Mas será que ele é capaz de executar a limpeza? E há verdade em dizer que danifica superfícies e peças quando em contato direto?
A revista Higiplus pesquisou e ouviu especialistas sobre alguns pontos polêmicos relacionados ao poder de limpeza do álcool.
Álcool limpa as sujidades
Mito!
O álcool 70% não é bom limpador, mas um excelente eliminador de bactérias.
Na versão 46%, até serve para limpar superfícies, mas somente em limpezas leves.
Sem dúvida, o principal objetivo do álcool é eliminar microrganismos.
Entretanto, quando utilizado em superfícies onde há a presença de matéria orgânica ele tem seu efeito inativado, ou seja, perde ação de desinfecção.
Portanto, antes de utilizar o álcool para desinfetar é preciso primeiro limpar as sujidades presentes com um produto adequado.
Lembrando que o álcool gel 46% disponível no mercado pode ser utilizado para limpeza de superfícies pequenas, desde que as sujidades sejam muito leves.
Exemplos: celular, chaves, materiais médicos como termômetro e pequenas superfícies. Por ser volátil, não tem eficiência em superfícies maiores.
Posso limpar máquinas, equipamentos e aparelhos eletrônicos com álcool?
Não é o ideal!
Por exemplo, o álcool pode danificar revestimentos de telas, como as encontradas em smartphones, tablets, TVs e monitores de computador.
O correto é optar por produtos de limpeza desenvolvidos para essas superfícies.
A limpeza de máquinas e equipamentos exige produtos específicos, uma vez que o álcool não remove sujidades, ainda mais se for o caso de uma limpeza pesada.
Assim, a limpeza precisa de um detergente ou desengraxante, dependendo do tipo de equipamento e máquina.
O álcool danifica superfícies
Verdade!
Principalmente superfícies como plástico, borracha e acrílico ficam sujeitas ao ressecamento com o uso frequente do álcool.
Madeira, MDF e metais variados são sensíveis ao álcool, degenerando-se com facilidade ao longo do tempo.
Por sua vez, as superfícies com serigrafia, impressas, coloridas e com determinado tipo de pintura pedem cuidado no uso do álcool.
Contudo, caso seja necessário para desinfecção, vale primeiro testar um pedaço da superfície, pois o álcool pode dissolver a tinta.
Basta aplicar e já desinfeta?
Não é bem assim.
O álcool tem propriedade de volatilizar (evaporar).
Portanto, para ter uma ação eficiente de desinfecção o ideal é aplicar três vezes na superfície.
Em razão da sua rápida evaporação é inviável para setores mais críticos e delicados, como ambientes hospitalares, clínicas, laboratórios, cozinhas de restaurantes, entre outros.
O uso do álcool oferece riscos
Verdade!
O maior risco é o de inflamabilidade.
O álcool 70% é altamente inflamável. O álcool 46% em gel não é inflamável, portanto, um pouco mais seguro.
Contudo, o álcool pode causar irritação respiratória ou toxicidade, bem como irritações na pele pelo contato direto.
É aconselhável usar luvas ao manusear o produto para evitar irritações na pele.
Outro risco é a falsa sensação de desinfecção quando utilizado na presença de matéria orgânica ou em aplicações muito rápidas.
Novamente, trata-se de substância volátil e que não tem a função de limpar.
Usar álcool em gel na limpeza é mais seguro e eficaz?
Em gel, é indicado para higienização das mãos por ser menos volátil e se manter na pele.
Para limpeza deve estar associado a outro ativo para ter ação de limpeza.
Por não evaporar tão rápido, ele se mantém por mais tempo em contato com as superfícies o que permite produzir o efeito de desinfecção.
A versão em gel é mais segura, pelo menor risco de inflamar.
A indicação é usar para o acabamento de limpeza rápida de superfície previamente limpa.
Contudo, vale dizer que pode deixar a superfície pegajosa.
Gostou dos esclarecimentos? Siga a coluna Mitos & Verdades na revista Higiplus.
A produção deste conteúdo contou com a participação de especialistas das empresas LimSept e Ecomaster.
Fonte: Abralimp
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