Tapetes e carpetes: quais são as melhores formas de limpá-los?
Entenda as melhores práticas e os detalhes do processo de limpeza dos tapetes e carpetes
A limpeza de tapetes e carpetes requer conhecimento e planejamento para escolher as soluções, equipamentos e processos mais adequados.
Conhecer o tipo de fibra, considerar a textura, o ambiente em que está o revestimento têxtil de piso e identificar as regiões com maior ou menor tráfego de pessoas são algumas das referências para traçar o procedimento para a limpeza.
Paulo Jubilut, CEO da MilliCare Brasil, considera que o mercado convive com ausência de orientação técnica em uma área que precisa contar com especialistas para a higienização.
Para ele, é fundamental educar sobre os conceitos e ter cuidado com informações falsas sobre revestimentos têxteis, que muitas vezes fazem associação com problemas na qualidade do ar interno.
Vilões da rinite?
“A ausência de higienização e manutenção adequadas é que leva à proliferação de vetores”, pontua Jubilut.
Nesse sentido, ressalta que, enquanto um piso frio não retém partículas, as quais ficam em suspensão, os revestimentos têxteis têm capacidade para atrair as partículas, funcionando como um filtro.
“Portanto, o tapete não é o vilão das doenças respiratórias”, afirma.
O que precisa existir é a manutenção planejada e contínua, inclusive para que a sujeira não chegue a um ponto irreversível, levando a prejuízos financeiros.
Em resumo, manutenções irregulares e limpeza sem critério impactam e danificam, até de forma permanente, um tapete ou carpete.
Riqueza de materiais, cores e detalhes
Contudo, para executar um trabalho eficiente é essencial conhecer o objeto da limpeza.
Basicamente, tapetes e carpetes são classificados como sintéticos (poliéster ou acrílicos) e de fibras naturais (juta e algodão).
“Também existem aqueles de fibras naturais de origem oriental, os chamados persas, que são mais complexos para limpar, pois são feitos de modo artesanal. Neles, produtos e processos errados podem ocasionar manchas irreversíveis”, explica Geraldo Esteves, gerente técnico e diretor de operações da G&S Home Solutions.
Esteves defende que a escolha do produto certo é um dos pontos mais importantes para não ocorrer a migração de cores, ou seja, quando o tom escuro é transferido para as partes mais claras do tapete.
Para tanto, o mercado oferece produtos que impedem a migração ao mesmo tempo que revitalizam o toque do pelo.
Principalmente no caso das fibras naturais, a identificação dos produtos adequados e processos corretos é fundamental para manter as características dos tapetes.
Já os tecidos sintéticos são considerados mais simples de limpar, com menor risco de migração de cores.
Porém, seja qual for o tipo, Esteves orienta sempre buscar a limpeza profissional e acrescenta que até o processo de secagem imposto ao tapete pode ser um ponto de migração de cor.
Para ele, a equação fecha com produto adequado, processos bem definidos e pessoas qualificadas para a atividade.
Histórico também é importante
No caso dos carpetes, é preciso entender até mesmo o ambiente em que estão para definir um processo seguro e eficaz.
Além disso, carpetes exigem maior atenção com os resíduos de produtos químicos e água. Completar a secagem evita o risco de deterioração ao longo do tempo.
Normalmente, os processos utilizam extratora de tecidos, pouca água, escovação adequada e produtos específicos para cada tipo de sujidade, como desengordurantes, produtos de base ácida e soluções para higienização.
Ainda, um exemplo de enceradeira industrial que pode ser utilizada no processo é a Bonnet, muito conhecida no mercado de estofados.
Porém, Rhayner Silva, fundador da Limpo.Ai e criador do S.O.S Método de Higienização de Estofados, pontua que esse tipo específico não é o mais indicado para carpetes que já estão mais degradados, pois é sempre importante entender o nível da integridade física do material.
Na visão de Silva, entender o histórico do carpete é a parte mais importante. “Qual é o tipo de carpete? A pelagem dele é mais baixa ou mais alta? Ele ainda está bem colado? Se a integridade dele está boa, todos esses pontos. Depois, então, eu vou definir a escova”, afirma.
As manchas também entram na questão do histórico do carpete. Algumas são mais comuns e corriqueiras, porém outras precisam ter sua natureza revelada para aplicar a melhor técnica.
Além disso, novas tecnologias têm sido desenvolvidas para preservar as características dos revestimentos e minimizar os desgastes.
Esteves diz ser fundamental entender o ciclo de Sinner para esse tipo de limpeza, ou seja, a ação térmica, química, mecânica e do tempo. Ajustar esses quatro fatores permite o desprendimento da sujidade e o êxito da limpeza.
“É importante saber o tempo que a mancha está no tapete”, destaca Esteves ao acrescentar que essa informação dá referências sobre o grau da ferida causada, como uma queimadura da fibra, por exemplo.
Orientações podem salvar os tapetes e carpetes
Jubilut lembra que algumas etapas orientam para o plano de manutenção adequado dos revestimentos têxteis.
Ele destaca as orientações do Guia Técnico desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias de Tapetes e Carpetes (Abritac), com a união de diversos profissionais e entidades, que orienta sobre processos de limpeza e pontos a serem avaliados na contratação de serviços.
Desse modo, o primeiro passo é a prevenção, ou seja, criar meios de contenção de sujeira. Jubilut ressalta que entram pelos pés de 70% a 90% da sujeira sólida presente num ambiente.
O segundo ponto é manter um fluxo de aspiração rotineira. Nesse caso, áreas de alto tráfego podem exigir procedimentos diários.
Já a remoção de manchas e derramamentos deve ser sempre imediata e com produtos profissionais certificados.
A quarta etapa seria a manutenção e limpeza de forma programada, considerando o tipo de uso e tráfego.
De acordo com Jubilut, o esquema fecha com a limpeza profunda, que vai cuidar da remoção de resíduos e sujidades mais resistentes, promovendo um trabalho restaurativo.
Pets e suas consequências
Um problema recorrente para carpetes e tapetes vem por meio de animais domésticos, que podem causar manchas com urina e outras sujidades.
Silva destaca que no caso da urina, o maior problema é o resíduo do ácido úrico, que causa o amarelado das manchas. “É claro que se [o pet] estiver bebendo bastante água, quase não vai ter resíduo na mancha”, afirma. Ele ressalta que o mau odor da urina também é causado pelo ácido.
O especialista comenta que há diversos produtos eficientes no mercado para remover os resíduos, mas é sempre importante verificar se há quaternario de amônia na composição.
“O quaternario de amônia é um dos desinfetantes mais eficientes, ele é, por exemplo, um desinfetante a nível hospitalar terá ele na composição. E esse é o principal agente para neutralizar o mau odor da urina”, explica.
Além disso, ele destaca que não há necessidade de passar esse desinfetante onde não há urina. Na hora de realizar um tratamento naquele carpete ou tapete, o odor migra na região, mas a ureia não.
“É pontual. O profissional vai usar o desinfetante que tenha quaternário de amônia na composição para realmente ter a eficiência que precisa, e neutralizar aquele mau odor. Por consequência, também há a remoção da mancha no processo”, disse.
Para ajudar quem atua profissionalmente com tapetes e carpetes, a UniAbralimp possui uma boa diversidade de cursos técnicos de limpeza, incluindo o “Higienização de Carpetes e Estofados”.
Fonte: Abralimp