MITOS & VERDADES: Baterias podem explodir?

Entenda como aproveitar melhor os ciclos da bateria e preservar o uso por mais tempo                                                                         

Boa parte das máquinas e equipamentos desenvolvidos para o mercado da limpeza profissional são alimentados por baterias.

Sem dúvida, a baterização contribui para a redução da emissão de carbono e de ruídos, viabiliza o uso dos equipamentos em locais com dificuldade de energia e ainda permite a troca rápida da bateria por outra carregada.

Entretanto, as dúvidas sobre essa fonte de energia geram alguns mitos no mercado.

Confira o que é verdade ou não na lista que a revista Higiplus preparou.

É recomendável descarregar totalmente a bateria antes de nova carga

Mito!

As baterias podem ser recarregadas logo após o término da utilização, independentemente de quanto descarregadas estejam.

Principalmente se estiver previsto que o equipamento ficará um tempo maior sem uso é importante recarregar a bateria antes de guardar.

No caso de baterias de chumbo-ácido, o recomendado é armazenar sempre com 100% da carga.

Contudo, as baterias sofrem um processo de autodescarga mesmo sem uso ou armazenadas.

Portanto, periodicamente, necessitam de complemento de carga.

Vale lembrar que os carregadores de hoje em dia são inteligentes e atuam para simplesmente completar a carga faltante. Depois a bateria entra em um estágio de recarga chamado dessulfatação, que é benéfico para elas.

Baterias precisam de manutenção

Verdade!

A manutenção em conformidade com as recomendações do fabricante preserva a vida da bateria e contribui com a durabilidade.

No entanto, cada tecnologia requer um nível de manutenção específico.

Em síntese, dois pontos precisam de atenção: verificação de nível de água e limpeza e aperto das conexões dos polos.

As baterias abertas (inundadas/ventiladas) demandam mais manutenção pela necessidade de complementar o nível de água regularmente.

Por sua vez, as tecnologias de baterias AGM, gel e lítio não têm essa necessidade.

Além disso, apenas água deionizada/desmineralizada/destilada com baixos teores de metais contaminantes são indicadas para completar o nível nas baterias.

Temperatura afeta a bateria

Verdade!

A temperatura afeta todos os tipos de baterias.

Contudo, algumas tecnologias são mais sensíveis e se danificam mais rapidamente sob efeito da temperatura.

Por exemplo, um carregador descalibrado envia excesso de carga e assim aumenta a temperatura interna da bateria, sendo prejudicial.

Dentro das normas internacionais, existe a indicação de que 45°C é o limite.

Aliás, recomenda-se que a recarga seja feita em ambiente com ventilação e temperatura ambiente de 25°C.

Existe o risco de uma bateria explodir

Verdade!

Porém é preciso entender que a bateria é um ser passivo, ou seja, por si ela não explode. São causas externas que provocam a sua explosão.

Conectores dos polos soltos ou problemas na entrada de água na bateria, quando combinados com alguma ação externa que cause faiscamento, podem levar à explosão.

E mais, o processo de recarga de uma bateria gera o gás hidrogênio em pequenas quantidades.

Trata-se de um gás inflamável, que em contato com uma fonte de ignição, geralmente uma faísca ou centelha, leva a uma reação.

No entanto, como a quantidade gerada de hidrogênio é muito pequena, a explosão não gera danos graves.

Máquinas e equipamentos alimentados por bateria têm autonomia limitada

Depende!

O mercado precisa entender o dimensionamento de uso.

Em resumo, os fabricantes projetam as máquinas de acordo com o tipo de operação a ser executada, e este fator determina o volume de consumo de energia (KW/h).

Assim, é dimensionado uma bateria com capacidade (KW/h) para trabalhar a quantidade de horas que o fabricante determina.

Todavia, cada modelo tem uma capacidade de energia armazenada em seu interior.

Qualquer bateria têm a mesma durabilidade

Mito!

Em primeiro lugar, as baterias têm ciclos e não tempo de duração.

Nesse sentido, um ciclo significa uma descarga e uma recarga.

Com isso, as baterias chumbo-ácido de ciclo profundo são projetadas para um certo número de ciclos.

Desse modo, cada projeto de bateria possui um número de ciclos e em sua grande maioria são quantidades de ciclos próximos.

Contudo, existem baterias projetadas com estrutura interna para resistir mais ao trabalho de ciclagem, enquanto outras têm menos resistência.

Exigir demais da bateria é prejudicial

Verdade!

Alguns fatores influenciam para a bateria atingir sua máxima durabilidade.

Entre eles está não realizar descargas profundas. Exigir demais da bateria pode encurtar o tempo dos ciclos.

Portanto, o recomendado é utilizar no máximo 80% da carga, não ultrapassando o limite da reserva.

Além disso, tecnicamente, é errado o procedimento em que a bateria chega ao final da descarga e recebe uma carga parcial de poucos minutos para ser colocada em operação.

Todos os tipos de bateria causam impacto ambiental

Mito!

Existem diversas químicas de baterias.

Por exemplo, a chumbo-ácido é considerada ambientalmente correta. É um produto 100% reciclado, voltando as matérias-primas para fazer uma nova bateria.

O Brasil possui uma estrutura de cadeia circular de empresas que reciclam baterias chumbo-ácido.

Alguns tipos de baterias são mais eficientes

Depende!

O tema é relativo. Cada tecnologia é eficiente dentro da finalidade projetada.

Existem tecnologias de baterias já consolidadas como chumbo ácido úmida, AGM, gel, lítio e suas variações, baterias de cobre e assim por diante.

A aplicação correta com base na utilização estabelecida pelo fabricante é crucial para medir a eficiência.

Máquinas e equipamentos guardados com a bateria podem ser danificados

Mito!

Não são as máquinas e equipamentos que se danificam por conta da bateria, mas as baterias que podem sofrer um processo que se chama sulfatação, também conhecido como autodescarga.

Baterias tracionárias em estoque necessitam de recarga de manutenção a cada três ou quatro meses.

Este conteúdo foi produzido com informações e esclarecimentos fornecidos por Jefferson Ferreira, diretor Comercial da NEXV, Lucas de Melo Fiorentin, diretor Comercial da Power Lead Baterias, Walter Soares, manager e Business Development na Trojan e Ary Sudan Filho, diretor Comercial da Elo Componentes Eletroquímicos.

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Fonte: Abralimp

Foto: Depositphotos