Limpeza verde: você pratica em sua empresa?

Conheça os aspectos que precisam ser considerados em uma operação verde de limpeza e entenda a conexão com outros serviços

Quando o assunto é limpeza verde, a questão da sustentabilidade surge automaticamente.

Além de produtos biodegradáveis, economia de água e outras medidas que contribuem para o meio ambiente, para que a limpeza seja considerada verde ela precisa considerar procedimentos, fornecedores, trabalhadores, passando ainda pela viabilidade financeira.

Mayara Carvalho, coordenadora regional de serviços do Sesc de São Paulo, destaca que no processo limpeza verde é preciso saber o que é prático e aplicável e buscar soluções e iniciativas que sejam simples de implementar.

“Para falar de limpeza verde é preciso entender o processo de sustentabilidade, saber como ser sustentável e equilibrado, com o olhar para o geral, ou seja, ambiente, pessoas, o equilíbrio econômico e plano de verbas”, destaca.

Tripé da sustentabilidade

Mayara apresentou a palestra “Operação Verde de Limpeza: Como fornecedores e clientes podem trabalhar juntos”, durante a Higiexpo 2022, no Auditório Verde da Área do Conhecimento.

Ela enfatizou a importância de considerar os três elementos do tripé da sustentabilidade – meio ambiente, social e econômico – para os projetos de limpeza verde.

Pensar um processo de limpeza verde significa considerar diferentes ações sempre em equilíbrio com os investimentos, ou seja, é preciso ser economicamente viável, seja para implantar um sistema de reciclagem ou trocar pontos de cestos de lixo em escritórios.

Mayara diz que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, acordados em 2015 com 17 pontos para evitar catástrofes irreparáveis no Planeta, precisam ser conhecidos e inseridos nos processos das empresas.

Longo caminho

As questões sustentáveis ganharam maior dimensão nos últimos anos, mas a limpeza verde tem sua primeira fase em 1990, nos Estados Unidos, com o início da regulamentação de químicos, voltando a atenção para o processo de fabricação com vistas a não utilizar elementos cancerígenos.

Já nos anos 2000, as ações foram expandidas para uso nacional, com produtos rotulados para indicar ser verde e não causar danos à saúde.

“Hoje, a limpeza verde 3.0, iniciada em 2016, identifica que sustentabilidade não é só produto químico, mas olhar os equipamentos que vão economizar água, como as pessoas trabalham e os resíduos gerados”, destaca Mayara.

Mudanças na prática

O planejamento das ações de limpeza no Sesc considera que o ambiente não pode ser poluído seja pela forma de trabalhar como pelos produtos utilizados.

Com isso, são adotados procedimentos e químicos com menor impacto ambiental, com processos que sejam ecológicos nas etapas da fabricação, passando pelo uso e descarte final.

A opção por produto com rótulo ecológico ABNT, concentrado e que não gera grande volume de embalagens está entre as decisões sustentáveis.

Usar panos laváveis, menor variedade de produtos (preferir aqueles que sirvam a várias utilidades), equipamentos que economizam água e químicos, sem falar na busca da redução do consumo de todos os recursos do planeta são ações fundamentais na operação verde de limpeza.

Embora muitas vezes o foco nos processos ganhe a frente nos projetos, Mayara pontua que a proteção à saúde dos trabalhadores precisa ocupar o topo da lista de ações, iniciando pelo oferecimento de equipamentos ergonômicos.

Para quem vai iniciar na prática da limpeza verde, Mayara aconselha pensar primeiro nas pessoas, procurar entender o contexto histórico de cada um e como se insere no ambiente da empresa.

De olho nos rótulos

Na escolha de um produto é preciso certificar-se de ser rotulado pela ABNT e restringir o uso somente a essas categorias de artigos.

“Não é só ser biodegradável, esse é um dos itens. É preciso ver desde a composição da embalagem, se ela é reciclável, se o produto é reciclável”, explica ao enfatizar que o processo avança para a contratação da empresa que presta serviços.

Além da eficiência e da necessidade de dar passos em direção à sustentabilidade, Mayara diz que é preciso mostrar as vantagens em números e o quanto as mudanças significam para a empresa.

Segundo Mayara, a implantação da limpeza verde já não é um plus, mas faz parte do status da empresa e é o modo como o cliente a enxerga.

Essa configuração verde das empresas passa pelas escolhas sobre limpeza, mas também se conecta com todos os demais faciliites, o que faz com que as construções, as instalações e os prestadores de serviços precisem estar em sintonia com a sustentabilidade.

FM para um futuro sustentável

O painel “O FM para um futuro sustentável”, apresentado no Auditório Vermelho da Higiexpo, contribuiu para ampliar o debate sobre como os projetos para instalações e edifícios precisam evoluir a fim de alinhar com as práticas ESG (ambiental, social e governança).

Keila Hanashiro, superintendente de facilities do Santander e representante do grupo GAS Facilities, vê a sustentabilidade como um tema maduro dentro do GAS. “Ela é o core da gestão de serviços de qualquer FM que gerencie uma empresa”, afirma.

De acordo com Keila, existe ainda um universo para trabalhar, mas há avanços nas questões ambientais, nas práticas e na gestão das edificações.

O foco em ESG, na energia renovável, tem feito com que todos os gestores de facilities pensem diferente, considerando novos processos e como alterar o status core.

Facilities é sustentabilidade

Para Clarice Degani, engenheira civil e diretora executiva do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), “facilities é só sustentabilidade”.

Ela pontua que a atuação do gestor em FM dita a durabilidade de um imóvel, sua utilidade e o melhor desempenho das funções para quem está dentro do edifício.

“É preciso entregar um ambiente construído para a sociedade. Pensar as características do edifício com a finalidade de chegar ao consumo adequado de energia, por exemplo.

Renato Fusaro, vice-presidente da Corenet, enfatiza que as questões ambientais passaram de desejáveis para indispensáveis.

“Todo o time de projetos precisa estar conectado com a questão ambiental e como oferecer o menor impacto possível em qualquer entrega. Podem existir impactos, mas devem ser minimizados.”

Para Fusaro, a questão dos escritórios ganha atenção especial neste momento de voltar para o trabalho presencial.

“O híbrido veio para ficar, a tecnologia nos permite trabalhar de qualquer lugar e precisamos entender o ganho em sustentabilidade entre ir ou não para o escritório. Não é só reduzir despesa, mas reter talentos e chegar ao tamanho certo do escritório. É uma conta mágica que ninguém chegou ainda. Depende de muitos fatores defender o escritório híbrido, principalmente pela questão cultural de cada empresa”, analisa Fusaro.

Informação como ferramenta

Com todas as informações apresentadas e debatidas nas Áreas do Conhecimento fica claro o quanto os serviços precisam de pessoas treinadas e preparadas para os desafios que a sustentabilidade impõe a todas as empresas e organizações.

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Continue acompanhando as publicações da Revista Higiplus para conhecer outras reflexões e assuntos debatidos durante a Higiexpo 2022.

Fonte: Abralimp

Foto: Freepik