Dia Mundial da Água: a contribuição do mercado da limpeza profissional

Avanços tecnológicos e mudanças nas rotinas, processos e comportamento proporcionam economia de água                       

No dia 22 de março é celebrado o Dia Mundial da Água.

A data foi instituída em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O objetivo é chamar a atenção para questões essenciais que envolvem os recursos hídricos no planeta.

A cada ano, a ONU propõe um tema e para 2023 a escolha foi: “Acelerando mudanças: seja a mudança que você deseja ver no mundo”, com enfoque para solucionar a crise global da água e saneamento.

A estratégia da campanha 2023 é sensibilizar pela fábula do beija-flor.

Na história, ele se esforça em apagar o incêndio da floresta carregando água pelo seu bico.

Em resumo, trata-se de uma reflexão sobre como lidar com crises, ou seja, levanta o questionamento sobre ficar parado ou agir.

A Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp) reconhece a importância de ações para assegurar o fornecimento de água de qualidade, bem como de iniciativas que levem à economia desse importante recurso da natureza.

Menos água na limpeza

Cada vez mais, seus associados atuam com vistas a inovar e implantar medidas que possam reduzir o uso de água nos processos de limpeza.

Isso ocorre por meio de novos projetos de máquinas e equipamentos, e de produtos e processos que demandam menos água.

É o caso, por exemplo, das lavadoras de piso, que economizam mais de 90% de água quando comparadas aos processos manuais de lavagem.

De acordo com Sacha Haim, vice-presidente administrativo financeiro da Abralimp, “toda mecanização traz economia drástica de água”.

Sem dúvida, além da economia derivada do equipamento, a quantidade de químicos utilizados no processo é reduzida.

Sabe-se que no processo produtivo de produtos químicos há o consumo significativo de água.

Embora uma máquina de alta pressão possa causar a falsa impressão de maior gasto de água, a maioria dos modelos traz redução de até 60% no consumo, pontua Miguel Angel Echeverria, da IPC Brasil.

Segundo Miguel, é preciso considerar, ainda, que a alta pressão reduz o tempo da limpeza, amplia a qualidade e economiza químicos, detergentes e removedores comuns na limpeza.

“Por má interpretação desses pontos, muitas prefeituras proibiam o uso de máquinas de alta pressão como medida preventiva para a economia de água e, na verdade, era exatamente o contrário, pois com seu uso estaríamos economizando muito no consumo”, destaca Echeverria.

O desafio das soluções ecológicas

Maurizio Bortali, diretor-geral da Continuum Chemical, destaca que nos últimos anos o mundo vive uma forte pressão no sentido da preservação do meio ambiente em todos os segmentos e processos.

“Pensando nisso, o segmento de limpeza vem sendo desafiado a buscar soluções ecologicamente corretas no uso de produtos químicos durante a aplicação dos processos de higienização em geral. A água, como principal recurso dentro da fabricação e utilização do segmento, tornou-se o bem mais valorizado e difícil de preservar, uma vez que os conceitos tradicionais de limpeza demandam grandes volumes de consumo”, pondera Bortali.

Felizmente, tecnologias têm permitido diminuir o uso frequente de água nos processos de limpeza.

Nesse sentido, a Continuum Chemical Latin America desenvolveu uma linha de produtos para atender as exigências de preservação do meio ambiente.

Assim, adota processos que não demandam enxágue ou que reduzem o uso de água, além de menos tempo de mão de obra.

Meio ambiente e clientes agradecem

Os resultados são animadores.

O cliente final obtém economia de mais de 30% no uso da água no processo.

Por outro lado, há redução de mais de 20% de mão de obra em processos convencionais.

“Em clientes de grande porte, essa economia de água atinge volumes expressivos, garantindo redução dos impactos ambientais bem como economia financeira elevada”, enfatiza Bortali.

O mercado está certo de que essa tendência de mudança comportamental veio para ficar.

“Estamos seguros de afirmar que é possível garantir processos de limpeza profissional com baixo impacto no consumo de água sem perder foco na qualidade final entregue aos clientes”, conclui Bortali.

Atuar com foco na economia de água também é parte dos esforços da Sancapel, segundo Gabriely Henchen Destri, gerente de marketing.

A empresa está atenta à questão ambiental e busca orientar sobre produtos e equipamentos que favorecem a economia de água.

Orientar e transformar

Em suas instalações adota cisternas para consumo interno de água e orienta todos os colaboradores para o uso consciente.

Entretanto, Gabriely destaca que o setor vive a transição do modelo tradicional de limpeza para as rotinas que reduzem o descarte de água e produtos químicos no ambiente.

“Nossa oferta tem sido por produtos e equipamentos com maior benefício para a natureza e que cuide da ergonomia de quem usa”, pontua Gabriely.

José Antonio dos Santos, gerente de vendas no Grupo Certec, ressalta que nos processos de limpeza úmida o mercado dispõe de diversos tipos de acessórios e mops que trazem eficiência nos resultados, permitindo o uso mínimo de água e facilitando o dia a dia quem limpa.

Ademais, lembra que é pelo uso correto de produtos e de processos que a economia de água é possível.

“Não falamos apenas de desperdício, mas também do uso de forma errada. Nós, como parte integrante da limpeza profissional, devemos propagar, impregnar e contagiar o mundo sobre a maneira racional e certa do uso da água”, pontua Santos.

Do lado do governo

Para marcar o Dia Mundial da Água 2023, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) organizaram um evento para mostrar a importância da gestão da água.

O encontro ocorreu em 16/03, na sede da ANA, em Brasília.

Apresentou um panorama das principais iniciativas voltadas ao cuidado com a água e o saneamento básico.

De acordo com a diretora-presidente da ANA, Veronica Sanchez da Cruz Rios, a data precisa enfatizar a necessidade da conscientização para o uso racional e eficiente, que passa também por programas de reutilização de águas.

“Existe o incremento da demanda e é preciso garantir de forma responsável a gestão eficiente dos recursos hídricos”, enfatizou Veronica.

Filipe Sampaio, da diretoria colegiada da Agência, ressaltou a responsabilidade da ANA por editar normas de referência para o setor, moldando-as às distintas realidades do dia a dia.

Na elaboração da legislação, observa os diferentes usos, ou seja, do consumo da população à aplicação no agronegócio e na geração de energia.

Garantir dignidade para a população

Para Mauricio Abijaodi, também da diretoria colegiada do órgão, a gestão das águas tem ainda uma missão social, pois fornecer água e esgoto de qualidade significa levar dignidade para as pessoas.

Abijaodi defende a atenção para as áreas de vulnerabilidade e coloca a questão do saneamento na linha de frente das ações.

“Estamos em um momento de mudanças. Elas sempre existem, mas agora são mais aceleradas e nos empenhamos para promover as mudanças que o País necessita”, enfatizou Abijaodi.

João Paulo Ribeiro Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, lembrou que as datas comemorativas têm sempre dois aspectos: comemorar e refletir.

Assim, provocou a reflexão sobre a responsabilidade do Brasil, que é uma potência hídrica.

O País possui mais de 1 milhão e 700 mil km de rios, dos quais 10% já se encontram em condição imprópria.

“Estamos longe de garantir o abastecimento, drenagem, coleta de esgoto e disposição final adequada. Esse é o nosso grande desafio. Temos 53% da água da América Latina, 12% da água do planeta e o que fazemos com ela?”, indagou Capobianco.

Pacto pela Governança da Água

O evento apresentou o lançamento do Pacto pela Governança da Água, que busca estimular a parceria entre a ANA e os governos estaduais e distrital a fim de obter maior cooperação para o aprimoramento da gestão de recursos hídricos, da regulação dos serviços de saneamento básico e da segurança de barragens.

Veronica informou que o termo de adesão é voluntário, mas enfatizou a importância de os Estados participarem a fim de unir esforços.

A ANA e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) assinaram um protocolo para desenvolver normativos para gestão hídrica, qualidade da água, saneamento básico, segurança de barragens, gestão de efluentes e resíduos em bacias hidrográficas.

Nesse esforço, a ABNT lançou a norma técnica ABNT NBR 17080.

Ela contém diretrizes para elaboração, implementação e avaliação de planos de segurança para fornecer água segura e potável.

Uma luta do planeta

O fato é que a crise da água afeta a todos.

O site oficial do Dia Mundial da Água alerta sobre a importância de todos tomarem providências.

“Você e sua família, escola e comunidade podem fazer a diferença mudando a forma como usam, consomem e gerenciam a água em suas vidas”, destaca a campanha.

Vale lembrar que, em 2015, o mundo se comprometeu com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, como parte da Agenda 2030.

Assim, existe a promessa de que todos teriam uma gestão segura da água e do saneamento até 2030.

Mas para as Nações Unidas “estamos seriamente fora dos trilhos”.

Bilhões de pessoas e locais não têm seus direitos humanos à água e ao saneamento cumpridos.

Para quem atua no mercado da limpeza profissional, vale conhecer a Abralimp, seus associados e saber como promover a limpeza de forma sustentável.

Fonte: Abralimp

Fotos: Divulgação / Freepik