Indústria da limpeza caminha para ser sustentável no mercado de tissue

Redução do uso de água e energia e menos desperdícios estão entre os desafios do setor                                                                 

Quando se fala do mercado de tissue deve-se entender os produtos fabricados com baixa gramatura, crepe seco e alguns papéis não crepados, como papel higiênico, toalhas de cozinha, lenços de papel, papel facial, guardanapos, toalhas etc.

As fibras utilizadas na produção podem ser virgens ou recicladas.

Porém, nos dois casos, um ponto chama a atenção dos produtores: como manter a sustentabilidade?

Tissue: Michael Garcez, da Cotia Paper
Michael Garcez, da Cotia Paper

Certamente, tanto os fabricantes de papel tissue como os convertedores (indústria que recebe bobinas de papel e converte em linhas de produtos) estão atentos às práticas para manter uma produção sustentável.

Michael Garcez, head da área comercial da Cotia Paper, destaca que entre os desafios da indústria convertedora estão o menor consumo de energia e a redução de desperdício de matéria-prima.

Outra barreira está no fato de muitas indústrias apostarem na redução do uso de produtos químicos e deixar o papel o mais natural possível.

Porém, isso muda a maciez e a alvura do produto, esbarrando nas preferências dos consumidores.

Engajar toda a cadeia

Segundo Garcez, também é importante trabalhar com fornecedores engajados na sustentabilidade.

Sem dúvida, isso inclui a opção por embalagens sustentáveis, com soluções em tintas à base de água, por exemplo, ou adotar a gramatura de plásticos que se desfaçam para não afetar a natureza.

“Trabalhamos com fontes renováveis, florestas plantadas e o próximo passo são os certificados”, disse ao pontuar que os clientes estão cada vez mais exigentes em relação à certificação da celulose.

Também enfatiza a necessidade de otimizar o processo de entrega para ter menos veículos em circulação.

Impactos ambientais

Tissue: Luciana Dobuchak, da Ipel
Luciana Dobuchak, da Ipel

Luciana Dobuchak, diretora comercial da Ipel, diz que a indústria de tissue está atenta à necessidade de reduzir seu impacto ambiental e, também, às novas tendências de consumo.

Nesse sentido, a empresa se esforça para adotar práticas ambientalmente mais amigáveis em todo o processo de produção.

“Hoje temos tecnologias e métodos eficientes que nos ajudam nisso. A sustentabilidade é um de nossos valores e investimos nela há muito tempo”, ressalta Luciana.

ESG em prática

Toda modernidade reflete não apenas na produtividade, mas na menor geração de resíduos, menor consumo de energia e um tratamento eficiente de água e efluentes, investindo na reciclagem do material utilizado e na economia circular.

Luciana destaca a importância de ter um Programa ESG (ambiental, social e governança), com olhar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS/ONU), tomando etapas do processo produtivo e alinhando com os princípios e objetivos das grandes tendências globais de sustentabilidade.

Sem dúvida, as ações passam pela oferta de acesso à saúde e bem-estar da população.

E nesse aspecto a indústria da limpeza desempenha um papel fundamental na higiene pessoal e sanitária.

“Quando falamos de papel descartável, falamos de saúde e de higiene, pois o uso do produto pode ser, por exemplo, uma maneira de evitar a propagação de microrganismos infectantes, como pode ocorrer no caso de toalhas de pano”, defende Luciana.

Além disso, papéis descartáveis são eficientes, de fácil utilização e descarte e contribuem para um ambiente mais limpo, agradável e profissional.

Tissue: Produtos são desenvolvidos com olhar atento para a sustentabilidade
Produtos são desenvolvidos com olhar atento para a sustentabilidade

Economia circular

Vanessa Alves da Silva, coordenadora de Meio Ambiente Indústria da Unidade de Negócio Bens de Consumo (UNBC) da Suzano em Cachoeiro do Itapemirim, Mogi das Cruzes, Maracanaú e Belém, diz que o setor tissue vem agregando recursos e opções sustentáveis aos mais variados segmentos da área.

Tissue: Vanessa Alves da Silva, da Suzano
Vanessa Alves da Silva, da Suzano

“A economia circular também envolve a cadeia produtiva, uma vez que o refugo gerado nas fábricas de conversão retorna para o processo como matéria-prima base para produção de novos produtos”, pontua Vanessa.

Sem dúvida, isso evita o desperdício de toneladas de matéria-prima.

Além disso, permite um consumo consciente internamente e contribui com uma economia regenerativa.

No entanto, quando o assunto é reciclar, ao contrário do que muitos pensam, Garcez pondera que a celulose reciclada consome um nível elevado de água em seu processo.

“Temos um custo maior para reciclar e o prejuízo para o ambiente também é maior”, pontua ao expressar que a reciclagem de papel tem que evoluir.

Compromisso com a sociedade

Luciana informa que a empresa busca pelos selos ambientais, o que “reforça ainda mais o nosso compromisso com o meio ambiente, com a sociedade e com o planeta”.

Além das iniciativas para destinação de resíduos e boas práticas, existem projetos voltados para a retirada de várias famílias da linha da pobreza.

Assim, geram renda e proporcionam uma vida ainda mais digna aos cooperados e familiares.

As novidades e tendências na produção de tissue podem ser conferidas na Higiexpo 2024.

Tork, Mavi Paper, Softys, Santher, Suzano Papel e Celulose, Avati, Cotia Paper, Damapel, Ipel e Dadupack são empresas do setor que estão entre os expositores da feira.

Visite os estandes e conheça os lançamentos e produtos desse segmento.

Anote na agenda: Higiexpo 2024, de 13 a 15 de agosto, no São Paulo Expo.

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Fonte: Abralimp

Fotos: Freepik / Freepik / Divulgação