Abralimp participa de evento sobre FM promovido pelo Instituto de Engenharia
Encontro propôs discutir a necessidade de avançar na integração da engenharia com o FM
Um debate de alto nível sobre Facility Management ocorreu no Instituto de Engenharia, em São Paulo, na quarta-feira, 29/11.
Com o tema “Facilities, a Engenharia e a normalização em Facility Management”, o evento reuniu palestrantes de diferentes setores da economia para falar sobre a importância da normalização em Facility Management ISO/ABNT e seu papel na melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Moacyr Eduardo Alves da Graça, professor da Escola Politécnica da USP, coordenador da ABNT CEE-267 Facility Management e organizador do evento, disse à revista Higiplus que a proposta do encontro foi discutir o que fazer para alavancar o FM na engenharia, apontando como cada um pode contribuir.
“Buscamos ter uma orientação clara a partir das posições de diversas partes, para alinhar os pontos e discutir as possibilidades”, declarou.
O professor enfatizou a necessidade de saber como gerenciar os riscos e que é comum engenheiros não saberem que executam o trabalho de FM, ainda que o façam.
Conceituando facilities
Em sua palestra na abertura no evento, o professor ressaltou a importância de entender o que é facility: “começo dizendo que não é terceirizar, prestar serviço ou fazer gestão de instalações hidráulicas, por exemplo, mas sim um conjunto de ativos que é estabelecido para atender todas as necessidades de uma entidade”, explicou.
Assim, o Facility Management, ou gestão de facilities, promove a união dos setores de uma empresa para gerenciar as competências necessárias para o seu bom funcionamento, com olhar para a vida das pessoas, afastando riscos e otimizando recursos.
O professor conta que o tema ganhou evidência na década de 1980, nos Estados Unidos, evoluindo na Europa e Austrália, sendo a Inglaterra o país em que as normativas sobre como promover o gerenciamento tomaram forma.
A caminhada para a normalização chegou à série ISO 41000, desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização (ISO).
“E aqui no país adaptamos para a realidade brasileira com a ABNT, por meio do grupo CEE-267 Facility Management”, diz Graça.
Embora existam várias normas de interesse para facilities, a ISO 41001 é considerada a norma-mãe para FM.
Relação com a engenharia
A função organizacional do FM integra as pessoas de uma facility, o lugar e os processos com o propósito de melhorar a qualidade de vida e a produtividade do core business.
A engenharia é um misto de ciência, projeto, realização e negócios.
“Ela cria facilities o tempo todo. Pensa em projetos, equipes, contratos, executa os projetos, serviços ou obras”, pontua o professor.
Assim, a área requer a expertise de ir além de colocar o prédio em pé, minimizar custos e acertar soluções, entendendo que negócios e usuários não podem estar separados.
Nesse sentido, cabe à área construir com servilidade para oferecer usabilidade para as pessoas.
Protagonismo da engenharia
Irimar Palombo, presidente da Associação Brasileira de Property, Workplace e Facility Management (Abrafac), destacou que a área de FM é responsável pelo segundo ou terceiro maiores custos de uma organização.
Ademais, tem um mercado avaliado em US$ 1,2 trilhões, que deve ultrapassar os US$ 2 trilhões até 2027.
“Não é inteligente não ter uma área especializada cuidando do maior ativo das empresas”, pontuou Irimar.
“Engenheiros precisam assumir o protagonismo da operação predial e dos cuidados com o prédio”, acrescentou.
Ricardo Nogueira, presidente da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), lembrou que a engenharia está presente no desenvolvimento de produtos químicos, processos e mecanização do setor, e que é fundamental a área voltar o olhar para as pessoas.
“Falamos de limpeza, falamos de pessoas que cuidam de pessoas, da sua saúde e bem-estar, entregando um ambiente limpo e saudável. A engenharia precisa saber lidar com pessoas”, ponderou.
Nogueira também enfatizou a questão da tecnologia, que ganha cada vez mais força no mercado da limpeza, inclusive com a robotização e a tendência das máquinas autônomas.
“Tudo isso requer engenharia e processos”, sintetizou ao exemplificar que máquinas estão com tecnologia embarcada, já conseguem fazer a leitura das sujidades presentes nos ambientes e os prédios ‘se conversam’.
Educação que transforma
Para que seja possível avançar na integração da engenharia com o FM, dentro do mercado da limpeza, Nogueira diz ser importante entender que limpeza não é algo simples, mas que requer formação e capacitação.
A educação como a chave para integrar a engenharia com o FM também foi defendida por Clarice R. M. Degani, diretora executiva do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), que ressaltou em sua fala a questão da sustentabilidade e como a engenharia deve pensar as mudanças climáticas e a economia de baixo carbono em seus projetos.
Satoshi F. Yadoya, diretor executivo da Plataforma Facilities na Sodexo, chamou a atenção para a quantidade de iniciativas que precisam da engenharia para a solução das necessidades dentro de um universo que precisa de entregas com excelência.
Já Edmar Cioletti, superintendente de Premises e Facilities do Banco Santander, afirmou que o FM precisa buscar ser a área estratégica do modelo de negócio e foi mais um a defender que os engenheiros têm de entender mais as pessoas e o grau de conforto que elas precisam.
Abordando o ponto de vista do tomador de serviço na área de gerenciamento de FM, Ana Claudia Morissy Machado, Facilities Manager da Shell Brasil, disse que um dos desafios é trazer todas as questões de sustentabilidade para as tomadas de decisão.
Para os organizadores, o evento foi o primeiro passo para colocar em debate a importância de integrar a atividade dos engenheiros com o FM.
A Abralimp, por meio da revista Higiplus e do podcast voltado para o mercado da limpeza profissional, o Higicast, fornece conteúdos sobre Facility Management.
Acompanhe os veículos e fique por dentro das tendências e urgências da atividade.
Fonte: Abralimp
Fotos: Divulgação
