CURIOSIDADES DA LIMPEZA: Você sabia que o fogo já foi tecnologia para higienizar?

E mais, perfumes eram associados a propriedades medicinais                                                                                                        

Continuando nossa proposta de levar ao leitor um pouco sobre a história da limpeza, nesta coluna voltamos alguns milhares de anos para falar sobre problemas de lá (e que ainda estão presentes nos tempos atuais).

Sem dúvida, o lixo sempre foi um dos maiores desafios para a humanidade.

No livro “A história da limpeza profissional no Brasil”, pesquisado e escrito por Marlene Suano e João Manoel S. Bezerra de Meneses, sob coordenação de Salvator Licco Haim, consta que desde o Neolítico (por volta de 10000 a.C.) praticava-se a coleta e armazenamento do lixo fora de casa, e buracos eram cavados especialmente para o depósito dos dejetos.

Contudo, a prática se difundiu na Idade do Bronze (2500 a.C.) e na Idade do Ferro (1200 a.C.) e existem numerosos estudos sobre o relacionamento da limpeza dos núcleos habitados e o descarte do lixo de comunidades primitivas ao redor do mundo.

Ainda na Idade Média, todos os dejetos humanos iam diretamente para buracos, rios e mares.

Em aldeias ou fazendas, fossas recebiam os dejetos, posteriormente levados e espalhados no campo como fertilizante.

No lugar do papel higiênico, feno, grama, palha ou musgo.

Ademais, o papel higiênico só apareceu em 1857.

E quando surgiram os primeiros formatos de banheiros particulares, as cidades produziam regras para exigir que fossem limpos regularmente e os dejetos descartados corretamente.

Água poluída = velho problema

Porém, o corretamente implicava poluir regiões de águas (o que, infelizmente, até hoje existe em muitos locais).

Desse modo, não era possível contar com água pura, o que dificultava ainda mais a limpeza.

Nesse cenário, o uso do fogo era uma das práticas de limpeza mais modernas para a época.

Ele permitia ferver a água, esterilizar e desinfetar objetos.

E especialmente durante surtos de doenças, utilizava-se para queimar os pertences contaminados.

Bastava ter cheiro bom

Para disfarçar odores ruins e falta de banho, ervas para perfumar

Outra curiosidade é o fato de os povos antigos acreditarem que fragrâncias e perfumes purificavam o ar e tinham propriedades medicinais.

“Incenso, mirra, aloés e vários tipos de gravetos com cheiros eram sempre bem-vindos, demonstrando a preocupação, se não com a limpeza, pelo menos com o odor de limpeza”, pontuam os autores do citado livro.

Todavia, se por um lado os cuidados com a higiene do corpo eram raros, a preocupação com os odores era mais presente.

“O gentil hábito dos servos de abanar os seus amos, mesmo quando esses se encontravam sentados, tinha por objetivo afastar os maus odores que os corpos sujos exalavam”, nos contam Marlene e Meneses.

E mais, o leque tinha a função de refrescar o rosto e dissipar o mau hálito.

Limpeza: séculos para assumir seu valor

Foi somente no século 19 que a ciência teve um salto qualitativo capaz de entender as bactérias e os germes, descobrir antissépticos, organizar os primeiros cemitérios públicos e latrinas domésticas, iniciando o saneamento urbano e as coletas de lixo domésticas.

Certamente, apesar de rudimentar, iniciativas visando a limpeza permearam a evolução das civilizações.

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Fonte: Abralimp

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