Shinyashiki no Higicon: 'É preciso lidar com o avanço da inteligência artificial'

O renomado palestrante Arthur Shinyashiki participa do Congresso Higicon com uma reflexão a respeito do papel dos líderes do futuro

Mudanças comportamentais, avanços tecnológicos e novas formas de trabalho são e serão sempre temas para discussão das empresas de pequeno a grande porte. Dentro dessa lista de temas atemporais, o papel da liderança, ou melhor, como ela deve ser exercida agora ou em cenários futuros, certamente está no topo das questões mais relevantes para o progresso saudável de qualquer negócio.

O Congresso Higicon incluiu em sua grade uma apresentação imperdível sobre o papel dos líderes do futuro, com o palestrante Arthur Shinyashiki, profissional formado pela ESPM, com experiência em grandes empresas como DM9DDB e Ogilvy, e referência em inovação e alta performance no Brasil.

Em entrevista para a revista Higiplus, Shinyashiki traz alguns spoilers de sua palestra no Congresso Higicon e fala sobre os caminhos para que um líder tenha sucesso.

Existe a defesa de que a mente é o principal obstáculo para conseguir o que queremos. Isso é possível mudar?

A primeira coisa é ter humildade para rever a vida e seus padrões. Não é possível mudar sem passar por esse processo. Eu identifico três importantes fases e a primeira é ter consciência dos bloqueios mentais. Por exemplo, muitas crianças recebem na infância a informação de que o dinheiro é algo sujo ou errado. Esse aspecto é levado para uma segunda etapa, que é a interferência de uma informação recebida na expressão emocional.

A criança, pela repetição, incorpora emoções que são represadas e travam a vida. Daí vem a terceira fase que é poder ressignificar. No exemplo dado, podemos entender que o pai ou a mãe muitas vezes tinham que economizar e usavam argumentos para poupar a criança da dor [de não poder ter algo].

Para entender e mudar é extremamente importante contar com profissionais capacitados para fazer esses desbloqueios.

Quais os caminhos para atingir o potencial máximo da capacidade individual que cada um tem?

Os profissionais de hoje estão acostumados a rotinas do passado. Quem se formou há 15 anos foi preparado por alguém que viveu um mercado completamente diferente. As pessoas são contratadas por sua capacidade técnica, mas são desligadas por falta de competência comportamental, pela dificuldade de lidar com emoções, de saber dar um feedback.

Existem falhas que vêm por não conseguir falar e expressar-se dentro da empresa, seja para gerir a equipe ou o bloqueio para falar em público. Costumo questionar se transformar um excelente profissional de vendas em líder seria o caminho. Será que ele foi treinado para formar outros bons vendedores?

O líder precisa entender que parte do trabalho que antes era feito pelas pessoas hoje passou para máquinas. O trabalho braçal ficará com robôs. Será preciso saber lidar com o avanço da inteligência artificial e o trabalho do líder do futuro será fazer o que a máquina nunca conseguirá.

Quais as características e comportamentos necessários para empreender e ter sucesso profissional num mundo em acelerado processo de transformação e altamente competitivo?

É importante que a análise do profissional seja feita por quem vai promover a pessoa. Quem está nessa etapa vê melhor as perguntas que devem ser feitas para entender o trabalho que será feito pelo promovido. Alguém que vende não precisa ter liderança, mas o gerente de vendas sim, para conduzir a equipe e alcançar as metas. É o trabalho de construir o caminho e capacitar para chegar ao nível ideal.

Estar na liderança provoca exposição. É um limitador para muitos?

A questão da exposição talvez seja o maior salto que uma pessoa pode ter. Ao sair do operacional para o tático há um primeiro salto para níveis de coordenação, supervisão e gerência (o middle manager). Nesse middle manager há o desafio de lidar com a parte de cima e de baixo, o que torna esse profissional mais exigido.

Outro grande salto é lidar com um volume estratégico gigantesco, ter um olhar para médio e longo prazos. Quando envolve cuidar da operação como um todo vemos os níveis com maiores rompimentos, ou seja, as pessoas se desligam da empresa por burnout, desgastes elevados, estresse etc. e isso é cada vez mais comum.

A mentoria é um caminho para auxiliar no preparo de líderes ou para alcançar os objetivos profissionais?

Vejo como vital. É como aprender a andar, falar e comer. Algum lado do ser humano acha que tem um momento de parar e reavaliar, seja pela vivência ou pelo estudo. Ela é a possibilidade de enxergar pontos que o próprio profissional não consegue e promover mudanças sólidas.

Como a tecnologia trabalha para o comportamento de liderança?

Tenho a visão de que ela proporciona a libertação. Sem entrar na parte social da questão, com os possíveis desempregos pela automatização das tarefas, temos a libertação a partir do momento em que um software faz um relatório. Porém, é preciso lembrar que a interpretação sempre será feita pelo homem.

Para o Congresso Higicon, que traz o tema Limpeza profissional é saúde: ressignificando o nosso papel no mundo, como pensar a importância da liderança no segmento de limpeza profissional diante dos atuais desafios?

O segmento tem uma importância gigantesca e potencial de crescimento. Vemos cada vez mais máquinas nessa atividade e o setor de limpeza vai precisar virar uma empresa de educação, porque tudo vai mudar tanto e tão rápido, que será preciso ter uma área para treinar e adequar as pessoas às evoluções do mercado. E não adianta pensar em demitir para contratar alguém com a qualificação. Cuidar do seu colaborador se mostrará mais rentável.

Sobre o tema escolhido, líderes do futuro, parabenizo o setor de limpeza que era considerado um setor de bastidor, onde o silêncio do cliente era como dar parabéns, ou seja, não falar nada significava que o local estava adequadamente limpo. Quem trabalha nesse segmento não tem sempre os holofotes, mas se esses profissionais não deixam tudo impecável aí surgem as reclamações.

Minha mensagem é de gratidão a todas essas pessoas, não só na pandemia, mas em todos os momentos, quando deixam perfeitas as instalações para as palestras, eventos e ambientes de trabalho.

Higicon 2022

Arthur Shinyashiki estará no Higicon dia 11 de agosto, com a palestra Líderes do futuro.

Não perca essa excelente oportunidade para ampliar seu conhecimento e saber como as principais lideranças do mercado estão encarando os desafios e conquistando bons resultados.

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Fonte: Abralimp

Foto: Divulgação