Tipo exportação: veja como é feita a limpeza em portos

Varrição, muitos equipamentos e planos de destinação de resíduos são parte do dia a dia da limpeza de portos                                                         

A gestão da limpeza em portos não é tarefa simples. É necessário considerar o tipo de carga movimentada, os espaços acessíveis, os riscos operacionais e até ambientais.

Com grandes dimensões e complexidade, as áreas portuárias abrangem a parte marítima e a terrestre, com todas as instalações como pátios de movimentação de cargas, armazéns, postos administrativos etc.

Sem dúvida, limpeza e conservação não podem faltar nas instalações onde ocorrem movimentação de mercadorias para entrada e saída do país, armazenagem, transbordo e destinação.

Tipos de limpeza

Parte do trabalho exige compreender as necessidades de segurança tanto para as pessoas que circulam pelas áreas do porto, como para as equipes de limpeza em relação ao uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs).

Talvez por questões como essas, em muitos portos a gestão da limpeza é delegada a profissionais de segurança.

O Porto de Itajaí, em Santa Catarina, emprega na limpeza e manutenção uma equipe própria para a varrição e recolhimento dos resíduos com o uso de carrinhos manuais.

Segundo Diogo Henrique Schmitt, coordenador de Segurança do Porto de Itajaí, a área de pátios representa 90% das instalações do porto.

Ele explica que, pelo fato de o porto trabalhar com carga conteinerizada na grande parte das operações e as cargas soltas serem predominantemente veículos e celulose, não há geração de sujeira que exija manutenção além da varrição. Isso também vale para os armazéns.

“É diferente de portos que transportam grãos, onde ocorrem processos mais específicos para a limpeza das áreas externas e de armazenagem”, compara Schmitt.

Já em relação às embarcações, a autoridade portuária não se envolve com a limpeza.

Nesse caso, o asseio é feito pela tripulação. Quando há necessidade de uma limpeza pesada, o armador é encarregado de contratar a empresa para a execução, esclarece Schmitt.

Detalhamento é essencial

Independente do tipo de limpeza e quem a realiza, todos seguem as regulamentações ambientais e de segurança, com registros detalhados das atividades realizadas.

“Existe um cronograma a ser seguido, em que são emitidas ordens de serviço para que a empresa contratada possa executar a limpeza e conservação conforme solicitado. As necessidades são basicamente roçada, coleta de resíduos, remoção de vegetação e capinação”, informa a APS.

As sujidades mais frequentes nas áreas públicas são os resíduos de carregamentos, que precisam ser coletados diariamente.

Além disso, tem a vegetação ruderal (aquela que cresce naturalmente). No caso, ela demanda diversas frentes de trabalho em função da extensão das áreas públicas sob responsabilidade da autoridade portuária.

Cada área com sua equipe

No Porto de Santos, localizado em São Paulo, a conservação e a limpeza geral competem à autoridade portuária.

Já nas áreas arrendadas sob responsabilidade dos terminais portuários, o serviço de limpeza cabe a quem administra os recintos.

De acordo com a área de comunicação da Autoridade Portuária de Santos (APS), a limpeza das áreas públicas do porto inclui os serviços de remoção de resíduos sólidos, limpeza de vias, logradouros e sarjetas, recolhimento e destinação adequada de resíduos.

Máquinas, equipamentos e muita mão de obra

Outro aspecto importante para se entender todos os detalhes da limpeza de portos são os equipamentos utilizados no dia a dia.

Diferentes maquinários são empregados na limpeza e conservação, como caminhões compactadores de lixo e do tipo poliguindaste, varredeiras mecanizadas e caminhão combinado hidrojato e auto vácuo.

Complementando o processo da varrição mecanizada vem a lavagem, feita com água de reúso e sem uso de produtos químicos.

Já outros equipamentos, como varredeiras mecanizadas para os granéis sólidos, e caminhões sugadores para resíduos de granéis líquidos, é essencial na execução da limpeza no porto do Complexo Industrial Portuário de Suape.

Para o porto de Suape, localizado no litoral de Pernambuco, a limpeza assume diferentes processos. Em geral, a sujidade está relacionada diretamente com o tipo de carga.

“Berços que operam granéis líquidos são marcados por sujidades oleosas. Os berços que operam grãos, apresentam maior concentração de farelos e pós na caracterização da sujidade”, compara o engenheiro André Cavalcanti, coordenador-executivo de Manutenção e Projetos da Diretoria de Infraestrutura do Porto de Suape.

Procedimentos e desafios da limpeza

Schmitt explica que nos berços que operam carga líquida, os processos de limpeza são mais complexos.

Eles envolvem drenagem, transporte e destinação de resíduos muitas vezes oleosos.

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Porto de Suape/Divulgação

De acordo com Cavalcanti, o Regulamento de Exploração Portuária determina que o operador portuário ou terminal responsável pela operação que libera resíduos oleosos deve adotar as providências para a completa remoção, limpeza e destinação de resíduos.

Nesse caso, a limpeza visa também evitar possíveis danos ao meio ambiente, às pessoas, às instalações portuárias e até mesmo às embarcações.

Gestão de resíduos e reciclagem

A gestão de resíduos nas instalações portuárias é crucial para minimizar impactos ambientais, atender regulamentações e promover práticas sustentáveis.

“Isso envolve a coleta, tratamento e disposição adequada de resíduos, contribuindo para a preservação dos ecossistemas marinhos e a saúde pública”, pontua Médelin Pitrez dos Santos, coordenadora de Meio Ambiente, Segurança de Trabalho e Sustentabilidade do Porto de Itajaí.

Em 2023, a Superintendência do Porto de Itajaí gerou 11 toneladas de resíduos recicláveis. Além disso, destinou para cooperativas 16 toneladas de resíduos não recicláveis e 47 toneladas de entulho.

Resíduos oleosos, por sua vez, podem seguir para empresas que fazem a separação da água e óleo e aplicam técnicas de purificação.

Porém, em relação aos resíduos de granéis sólidos, sempre que possível, a carga é recuperada para o proprietário. Caso contrário, tem a destinação em conformidade com a sua natureza e a legislação vigente.

Médelin destaca que o porto possui diferentes programas que objetivam a destinação ambientalmente correta de resíduos e sensibilizar as pessoas da necessidade de conservação do meio ambiente.

Já os resíduos das áreas públicas do porto de Santos, por exemplo, são destinados a empresas de gerenciamento licenciadas pelos órgãos competentes.

Segundo a APS, praticamente 100% dos resíduos seguem para reciclagem ou compostagem.

“Apenas os rejeitos são destinados para aterros sanitários, reforçando assim o compromisso com o meio ambiente, sustentabilidade e gestão eficiente dos recursos naturais”, informa a autoridade portuária.

Limpeza dos portos

Por fim, seja qual for a característica da carga que o porto movimenta, o controle de pragas é uma obrigatoriedade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para todos os terminais do país.

Com toda certeza, existe muito trabalho a ser feito pelas equipes internas de limpeza e empresas terceirizadas nos portos.

Elas encaram desafios diários e precisam estar capacitadas e treinadas para as diferentes demandas.

Aliás, seja qual for o setor da economia, a limpeza profissional sempre exige conhecimento e preparo para ter qualidade.

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Fonte: Abralimp

Fotos: Divulgação das assessorias de imprensa