Mitos e Verdades: pode misturar desinfetante com outras substâncias ou água?

Saiba por que misturar produtos de limpeza sem conhecer as reações químicas que podem ocorrer é perigoso

A mistura de produtos de limpeza, como desinfetante, pode parecer uma maneira prática de aumentar a eficácia na hora da limpeza, mas a realidade é bem diferente. Na limpeza profissional, por exemplo, alguns cuidados são necessários, especialmente quando se trata de misturar desinfetante e outros produtos químicos. 

Muitos produtos de limpeza, combinados de forma errada, podem gerar reações químicas perigosas, prejudicando não só o poder de limpeza, mas também colocando em risco a saúde dos usuários. 

Em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), alertou sobre o uso irregular de matérias-primas, como hidróxido de sódio, hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio e ácidos inorgânicos, para limpeza e desinfecção sem a devida regulamentação. 

Essas substâncias devem ser usadas apenas como insumos para a produção de produtos saneantes, que devem ser notificados ou registrados na Agência. 

O uso inadequado infringe a legislação sanitária vigente, conforme a Lei 6.360/1976, e pode resultar em sanções, pois esses produtos só podem ser comercializados após a regularização na Anvisa.

Neste contexto, é importante entender a diferença entre “limpeza” e “desinfecção” – limpar é o ato de remoção de sujidade de determinada superfície. Desinfetar é a ação sobre microrganismos em determinadas superfícies. Ou seja, limpar não significa desinfetar. E higienizar é a soma das duas ações.

Agora que você já sabe, vamos esclarecer alguns mitos e verdades sobre o assunto, com a colaboração de Sergio Eduardo Borges de Merlo, gerente de novos negócios da Sevengel.

Misturar desinfetante ou outros produtos melhora a eficácia?

Mito! Misturar desinfetante com outros produtos, como ácidos, amônia, ou até mesmo água sanitária, é perigoso. Essas combinações podem liberar gases tóxicos, como cloraminas e clorofórmio, que causam irritação nos olhos, dificuldades respiratórias, tonturas e até queimaduras químicas. Exemplos incluem:

  • Água sanitária e vinagre: Liberam clorofórmio, provocando intoxicação.
  • Desinfetante com óleo de pinho: Gera compostos irritantes e potencialmente alérgicos.

Além de oferecer riscos à saúde, essas misturas podem diminuir o poder germicida dos produtos.

Solução segura: Sempre use os produtos individualmente, seguindo as instruções do fabricante. Aguarde o tempo de ação indicado antes de aplicar outro produto e enxágue bem as superfícies.

Diluição e concentração afetam a eficácia?

Depende! Diluir produtos sem seguir as orientações pode reduzir sua eficácia. Por outro lado, concentrar além do recomendado também é prejudicial, podendo causar intoxicações e aumentar o impacto ambiental.

Solução segura: Leia o rótulo e siga rigorosamente as proporções indicadas para manter a eficiência e evitar riscos.

Combinar desinfetantes com álcool ou detergentes é seguro?

Mito! Misturar desinfetantes com álcool ou detergentes pode neutralizar a ação germicida ou liberar gases tóxicos, como o clorofórmio.

  • Com álcool: As reações podem gerar compostos irritantes e intoxicantes.
  • Com detergentes: Os tensoativos presentes nos detergentes podem anular os princípios ativos dos desinfetantes.

Solução segura: Use detergentes para remover sujeiras e, após enxaguar, aplique o desinfetante para desinfecção. Nunca os misture.

Misturar desinfetante de diferentes marcas ou fórmulas pode ser feito sem riscos?

Mito! Produtos de diferentes marcas ou composições podem reagir negativamente, liberando substâncias tóxicas ou reduzindo sua eficácia germicida. Um exemplo comum é a mistura de desinfetantes à base de cloro com outros à base de fenóis, que pode gerar reações perigosas.

Solução segura: Escolha um único produto que atenda à necessidade de limpeza ou desinfecção e use-o conforme indicado no rótulo.

Fragrâncias adicionadas indicam menor eficácia?

Mito! A fragrância não interfere na ação bactericida. A eficácia depende da fórmula química do produto e do uso correto, respeitando as diluições recomendadas.

Solução segura: Priorize a composição do produto e siga as instruções de uso, sem se deixar influenciar apenas pelo aroma.

A recomendação para misturas é que siga as instruções dos fabricantes e evite combinações arriscadas. 

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Fonte: Abralimp

Foto: Freepik

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