Enchentes e alagamentos aumentam casos de leptospirose

Entenda a gravidade e saiba o que fazer para ajudar no combate da leptospirose                                                             

As chuvas de verão causaram destruição em muitas localidades do País, deixando pessoas desabrigadas e desalojadas nas regiões mais atingidas e, infelizmente, provocando dezenas de mortes.

Outra situação decorrente das inundações tem preocupado autoridades médicas e a população: o aumento de casos de leptospirose.

As enchentes colocam indivíduos em contato com lama e água contaminadas, podendo infectá-los.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira presente na urina de ratos e outros animais. É transmitida ao homem pela penetração na pele com lesões, por mucosas ou na pele íntegra imersa em água contaminada.

Maria de Deus dos Reis, microbiologista e responsável técnica pelo laboratório de microbiologia da Indeba, explica que, em épocas de tempestades mais frequentes, a água da chuva se mistura àquela encontrada em lodo, valetas, lama, lagoas e cavas, aumentando a área contaminada pela bactéria.

“Verão é sinônimo de sol e calor, mas também de temporais em diversas regiões do Brasil. Com isso, além dos transtornos materiais causados pelas enxurradas, que saem carregando o que veem pela frente, há ainda um perigo que pode passar despercebido, que é a leptospirose”, ressalta a microbiologista.

Atenção aos sintomas

Entre os principais sintomas estão febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas.

Podem ocorrer vômitos, diarreia e tosse.

Nas formas mais graves aparece icterícia e há necessidade de internação hospitalar.

Hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória estão entre os desdobramentos graves e que podem levar à morte.

É preciso bastante atenção aos sintomas, pois o período de incubação varia de 1 a 30 dias após o contato com lama ou água contaminada.

Uma questão sanitária

Sem dúvida, a ocorrência da doença está associada a condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores portadores da bactéria.

Por isso, as medidas preventivas incluem obras de saneamento básico, para o tratamento de água e esgoto, bem como do lixo, moradias dignas para a população e combate aos ratos.

Maria de Deus informa que as leptospiras sobrevivem no ambiente até semanas ou meses, dependendo das condições (temperatura, umidade, lama ou águas de superfície).

“Porém, são bactérias sensíveis aos desinfetantes comuns e a determinadas condições ambientais. Elas são rapidamente mortas por desinfetantes, pelo hipoclorito de sódio, presente na água sanitária, e quando expostas à luz solar direta”, relata.

Medidas de prevenção

Os trabalhadores da limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem dispor de proteção para a realização das tarefas, como botas e luvas de borracha.

As autoridades de saúde recomendam o uso de hipoclorito de sódio a 2,5% para desinfetar reservatórios de água, locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada.

Também é recomendado lavar o chão, paredes e objetos caseiros, desinfetando com produtos químicos adequados, como um desinfetante bactericida com quaternário de amônia.

Em resumo, são medidas preventivas:

  • combate aos ratos, mantendo lixo fechado, locais limpos e livres de possíveis esconderijos
  • destinação correta do lixo e não jogar à beira de córregos, pois além de atrair roedores, dificulta o escoamento das águas, agravando o problema das enchentes
  • desinfecção de caixas d’água e vedação
  • descartar os alimentos que tiveram contato com água de enchentes
  • não acumular objetos e entulho em quintais, terrenos e margens de córregos
  • não ingerir água que possa estar contaminada (filtrar e ferver)
  • manter grama e mato roçados para evitar que sirvam de abrigo para os ratos
  • fechar buracos de telhas, paredes e rodapés
  • vedar ralos e manter vasos sanitários fechados

Por sua vez, a desratização requer o uso correto de raticidas por profissionais capacitados.

Época das chuvas pede maior controle

A microbiologista da Indeba alerta que, uma vez instalados em determinado local, os ratos começam a se reproduzir, multiplicando-se rapidamente, o que dificulta o controle e aumenta o risco de transmitir doenças.

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos.

O risco é maior nas capitais e áreas metropolitanas, com enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados.

Portanto, em situações de enchentes, é essencial tomar cuidado, pois além da leptospirose, outras doenças são transmitidas.

Tétano, hepatite A, doenças diarreicas agudas e micoses são alguns exemplos, sem falar que água parada pode favorecer a proliferação do mosquito da dengue.

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Fonte: Abralimp

Foto: Freepik