Quando é melhor alugar máquinas e equipamentos na limpeza profissional
A decisão entre alugar ou comprar um ativo tem importância estratégica e financeira para a empresa
Para quem atua no mercado da limpeza profissional, a locação de máquinas e equipamentos tem se tornado frequente.
Entretanto, vale esclarecer que não existe um certo ou errado.
“Depende da estratégia de negócio da empresa, do enquadramento fiscal e até do momento em que a empresa tem a necessidade de aumentar seu patrimônio”, explica André Stopiglia, gerente nacional de vendas da Nilfisk.
Ele destaca que a locação contrata a disponibilidade do equipamento.
Em resumo, garante que uma empresa terá a máquina operando dentro do contrato e no caso de qualquer problema contará com a manutenção ou a substituição do bem.
“É bem diferente da compra, em que toda a manutenção passa a ser responsabilidade do dono do equipamento. Sem falar que existe todo um fluxo de aprovação de orçamento dentro da empresa, ou seja, alugar confere maior vantagem operacional”, afirma Stopiglia.
Pontos de análise para a locação
Para Cesar Moraes, diretor de suprimentos do Grupo GPS, três análises são importantes para ajudar a solucionar o dilema entre alugar e comprar.
A primeira é a questão financeira.
Para tanto, ressalta a importância do estudo de viabilidade.
Em síntese, significa olhar e comparar parâmetros como manutenção, investimento, payback (o indicador do tempo de retorno de um investimento financeiro), tempo de contrato, custo do capital, depreciação entre outros.
Uma segunda análise considera o ambiente em que o serviço é executado.
Desse modo, é essencial conhecer o cliente, seu histórico com fornecedores e o tipo de demanda.
Sem dúvida, no caso da locação, um contrato com cláusulas adequadas garante, por exemplo, o direito de concluir a locação do equipamento no caso do encerramento das atividades em um cliente.
Por fim, analisar o segmento do cliente é um indicativo que aponta a necessidade de manutenção ou substituição de equipamentos de forma mais constante.
Locais com elevado nível de sujidade, remotos ou que podem afetar a vida útil dos equipamentos talvez seja viável pensar a locação como mais apropriada.
Mercado em mudança
Moraes diz perceber que a indústria de máquinas para facilities vive um reposicionamento.
“Quem antes apenas vendia desenvolveu uma rede de assistência para os clientes. Tivemos uma primeira migração da venda para incluir também serviços. Agora, surge uma nova fase em que a indústria tem seu plano de locação de máquinas”, pontua Moraes.
O mercado teve um aumento na locação de máquinas, principalmente de grande porte, no pós-pandemia, quando os preços se elevaram, informa Stopiglia.
Além disso, ele cita a locação como melhor opção para empresas mais burocráticas.
Isso porque a simples troca de uma peça exige passar por um fluxo lento enquanto o contrato de locação garante a substituição automática.
Outro mercado que desponta é o de máquinas usadas, movimentado por empresas menores, que buscam máquinas para operações menos agressivas.
Benefício fiscal e disponibilidade de crédito
Fábio Prado, diretor geral da Hako do Brasil, diz que o grupo financeiro a que uma empresa pertence é uma das variáveis que interferem na decisão de alugar ou comprar.
Empresas enquadradas no Lucro Real (quando o cálculo de tributos é feito com base no lucro efetivo) conseguem redução dos tributos PIS e Cofins e dedução do imposto de renda quando alugam um equipamento.
Com isso, em média, a operação confere um benefício fiscal de 4,5%, quando somados os créditos dos tributos.
Outro aspecto levantado por Prado é que na decisão de compra, normalmente, pode existir o financiamento da máquina.
Portanto, isso compromete o valor de crédito para outras ações da empresa, muitas vezes tirando investimentos do objetivo-fim da organização.
Otimizar processos e gestão
Além disso, comprar gera um ativo que se deprecia no longo prazo, impactando contábil e financeiramente, exigindo controles, diferente do aluguel que não gera despesas com depreciação, mas despesas operacionais.
Renato Pessa, gerente nacional de contas estratégicas da Alfa Tennant, lembra que na locação não existe a necessidade de se preocupar com a gestão do ativo.
Portanto, dispensa ter profissional para cuidar desse aspecto.
Também ressalta que a locação responde bem ao dinamismo do mercado, ou seja, o contrato de locação pode prever um upgrade de equipamentos, o que não existe no caso da compra.
Outro aspecto interessante apontado por Pessa é o uso da inteligência artificial que vai auxiliar no monitoramento dos contratos e na tomada de decisão para a compra, comparando modo de uso, análise de dados, melhor tipo de máquina e custos.
“A locação está bastante presente nas empresas e a tendência de aderir a ela é forte”, afirma Pessa ao ponderar ainda que a compra envolve análises, a estrutura e até a cultura da organização, sendo importante que os números mostrem que ela fará sentido para a empresa.
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Fonte: Abralimp