Como higienizar roupas, lençóis, toalhas e afastar a sarna
Entenda o que é a sarna humana, como ela é transmitida e os cuidados necessários com a limpeza
A sarna humana, na linguagem médica chamada escabiose, é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Sarcoptes Scabiei Hominis, um microrganismo do tipo ácaro.
Essa parasitose externa da pele contamina o homem e passa de humano para humano, segundo Maria Victoria Suárez, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
“É uma doença de alta transmissibilidade, que pode ocorrer mesmo com banho diário e todos os cuidados de higiene”, afirma a médica.
Todavia, é fundamental que os ambientes com pessoas contaminadas adotem alguns cuidados com a limpeza e higiene para que a doença não seja propagada. Locais como hotéis e lavanderias devem adotar política de lavagem altamente rigorosa.
Transmissão e manifestação
A contaminação ocorre pelo contato direto com a pele de quem porta a doença, relação sexual e contato com roupas de uso pessoal, de cama e banho e demais artigos de tecidos que a pessoa contaminada faça uso prolongado.
Porém, não há transmissão por meio de superfícies frias que o paciente tocou, como mesas, cadeiras e objetos.
Os sintomas iniciais são inespecíficos, caracterizados por intensa coceira, chamadas de prurido.
“Muitas vezes essa manifestação ocorre mais no final da tarde e podem aparecer pequenas lesões, vermelhas, às vezes com crostas quando o paciente se coçar, que podem inflamar”, relata a dermatologista ao alertar que as lesões surgem com mais frequência nos punhos, entre dedos, nos tornozelos e virilha.
Cuidados com higiene e limpeza
Ao ter o diagnóstico da sarna, deve-se colocar em prática os cuidados com a limpeza e higiene de todas as roupas do paciente, incluindo as de cama, toalhas etc.
Elas precisam ser lavadas a altas temperaturas, pois o sarcopte morre somente com temperaturas acima de 55 graus.
Segundo Ypê, fabricante de produtos de higiene e limpeza, a indicação é lavar as peças com água quente, acima dos 60 °C, com sabão líquido ou em pó.
Caso não seja possível lavar a peça com água quente, elas precisam secar ao sol e passar a ferro.
Para as peças não laváveis, a recomendação é fazer a quarentena, que consiste em colocar em um saco plástico vedado por duas semanas para permitir a morte do ácaro.
De acordo com a dermatologista, a lavagem a seco pode servir na impossibilidade de usar água e sabão, porém eleva os custos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) as roupas de uso diário e as de cama da pessoa contaminada devem ser trocadas todos os dias e colocadas para lavar.
A autoridade sanitária também recomenda que as unhas sejam escovadas com sabonetes apropriados para a retirada de parasitas que ali ficam depositados pelo ato de coçar.
Sarna no ambiente de trabalho
Essas medidas também são importantes para o ambiente de trabalho em que a pessoa atua.
Nos casos de surtos já estabelecidos, é necessário conter a cadeia de transmissão da doença e intensificar as medidas preventivas.
É preciso focar no tratamento de todos os trabalhadores e comunicantes domiciliares, além da equipe de saúde envolvida nesse processo.
Além disso, apesar de o ácaro não sobreviver após 3 dias sem estar num hospedeiro humano, atenção especial deve ser dada para alguns espaços dos setores de trabalho, principalmente onde existam atividades frequentes, como vestiários, alojamentos e refeitórios, com cuidados especiais com as roupas de uso pessoal e roupas de cama.
Por fim, ao detectar a doença, o trabalhador deve ser afastado do trabalho imediatamente, por um período de 7 dias.
“É importante a utilização dos medicamentos de maneira adequada também é uma medida fundamental para impedir perfil de resistência”, exemplifica o infectologista Marcelo Otsuka, especializado em virologia junto ao Instituto de Medicina Tropical.
“Também é importante sempre mantermos uma higiene adequada para mantermos o controle desse tipo de doença”, conclui.
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Fonte: Abralimp