Tecnologia da Indústria brasileira alavanca produção e consumo de papel tissue
O TERMO TISSUE DESIGNA OS PRODUTOS fabricados com baixa gramatura, crepe seco e alguns papéis não crepados. Ou seja, trata-se de um papel sanitário, absorvente e suave, utilizado na produção de itens como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos, entre outros, amplamente fabricados, distribuídos e utilizados na Limpeza Profissional.
Apesar do consumo per capita ainda ser baixo no país (se comparado a países mais desenvolvidos), o segmento de tissue tem bons motivos para comemorar. De acordo com dados do Painel Florestal, as vendas deste tipo de papel no Brasil saltaram de 458 mil toneladas em 2000, para 1,12 milhão de toneladas em 2016.
Uma das explicações para o crescimento, mesmo num período recessão econômica, está na mudança dos hábitos de higiene da população brasileira, que fizeram aumentar a demanda por produtos como lenços de papel, papel-toalha, guardanapo e papel higiênico, entre outros, ampliando a aplicação do tissue.
Além disso, o Brasil também conta com algumas vantagens competitivas na produção deste papel. A primeira é a ampla disponibilidade de fibra curta, muito utilizada por conferir mais maciez aos produtos de toalete. Como é possível fabricá-lo com até 100% de fibras curtas, a abundância de matéria-prima permite às grandes produtoras brasileiras de celulose – que têm como clientes mais importantes os fabricantes de tissue – ampliarem suas vendas. Em segundo vem a tecnologia. Também de acordo com dados do Painel Florestal, hoje o Brasil possui a melhor engenharia genética arbórea entre todas as nações, sendo líder em produtividade florestal com aproximadamente 36 m³/ha ao ano; valor 24% maior que a segunda colocada, a China, e 260% a mais que a dos Estados Unidos. Outro grande diferencial é o caráter 100% sustentável do tissue brasileiro. A indústria de florestas plantadas no país é considerada referência mundial, com produtos que mais absorvem e estocam carbono. São 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) retirados da atmosfera, o que equivale a um ano inteiro das emissões nacionais.
Além da utilização de fibras virgens, o papel tissue brasileiro ainda conta em sua composição com aparas recicladas de boa qualidade. De acordo com os dados da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), o índice de recuperação, que atinge 56,6% do total de papel consumido no país passível de reciclagem, faz do Brasil um dos maiores recicladores de papel do mundo.
Com tanta competitividade, o setor brasileiro de papéis para toalete pode olhar para 2018 com uma certeza: será um ano mais do que produtivo.