SRAG: Como a limpeza profissional ajuda a prevenir a Síndrome Respiratória Aguda Grave
Adoção de produtos adequados, manutenção de sistemas de ventilação e uso correto de EPIs são essenciais para conter a disseminação de vírus respiratórios
O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta para um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG em nove estados brasileiros, especialmente entre crianças pequenas e idosos.
“A SRAG acaba sendo atribuída mais comumente às doenças infectocontagiosas. Na SRAG o paciente apresenta uma condição respiratória, com sinais e sintomas de gravidade”, explicou o infectologista Robson Reis, professor da Escola Bahiana de Medicina.
Segundo a Fiocruz, a transmissão de vírus respiratórios continua sendo uma preocupação significativa, reforçando a necessidade de práticas rigorosas de limpeza e desinfecção para conter a disseminação dessas doenças.
Nesse contexto, a limpeza profissional desempenha um papel essencial na prevenção de infecções e na promoção da saúde em ambientes diversos, especialmente em locais de grande circulação e instituições de saúde.
Técnicas adequadas, o uso correto de produtos desinfetantes e a manutenção de sistemas de ventilação são aspectos fundamentais para garantir a eficácia dos protocolos de higienização.
Além disso, práticas mais simples, como manter hábitos saudáveis, manter o sistema imune em dia são essenciais.
“E, para evitar as doenças infecciosas, em geral, evitar levar a mão à boca, nariz e olhos”, explica Reis.
De acordo com Rafael Gasparin, CEO da Profline Higiene, é fundamental entender as diferenças entre os agentes patogênicos para adotar as melhores estratégias de desinfecção.
“A abordagem de desinfecção para SRAG (infelizmente como o famoso SARS-CoV-2) e para outros patógenos, como norovírus, não pode ser a mesma, por exemplo. O erro comum é tratar tudo como um único processo, mas a resistência dos vírus é diferente”, explica.
Produtos e métodos para uma desinfecção eficiente
A escolha do produto correto para a higienização de ambientes deve levar em consideração a resistência dos micro-organismos.
O norovírus, que causou surto de gastroenterite no Litoral de São Paulo, por exemplo, é um vírus não envelopado e mais resistente, exigindo desinfetante a base de hipoclorito de sódio (em concentrações entre 1000 e 5000 ppm) ou peróxido de hidrogênio.
Além do produto adequado, o tempo de contato do desinfetante com a superfície é outro fator determinante na eficácia da higienização.
O norovírus, por sua alta resistência, requer um tempo de exposição de 5 a 10 minutos para ser inativado, enquanto o SARS-CoV-2 pode ser eliminado em apenas 30 segundos a 1 minuto.
Lembrando que antes da aplicação do desinfetante é necessária a limpeza da superfície, pois a sujeira pode interferir na ação do produto e comprometer a eficácia da desinfecção.
A NR-32 (Norma Regulamentadora nº 32) estabelece diretrizes de segurança e saúde para os trabalhadores dos serviços de saúde, como hospitais, clínicas e laboratórios, com o objetivo de proteger esses profissionais contra riscos biológicos, químicos e outros perigos específicos desse setor.
Enio Miranda, diretor de Operações Facilites da Conserbras, explica quais as principais recomendações para a desinfecção de superfícies de alto contato em ambientes de saúde, como hospitais ou clínicas.
“[O importante] é seguir as regras da NR32, usando os produtos com as composições à base de clorados, peróxido de hidrogênio e quaternário de amônia”, disse Miranda.

Como evitar erros comuns na SRAG
O erro de muitos protocolos é padronizar esses tempos sem considerar a biologia específica de cada vírus, alertam especialistas.
Miranda avalia que nesse contexto, os erros mais comuns são “o uso de produto químico errado, tempo de espera de ação do produto, aplicação incorreta das técnicas de limpeza, conforme NR32”.
A higienização de superfícies de alto contato, como maçanetas, corrimãos e mesas, deve seguir um cronograma estabelecido por cada instituição.
Essas superfícies devem ser desinfetadas regularmente para minimizar o risco de transmissão de vírus respiratórios.
Ventilação e EPIs: medidas complementares para a segurança
Outro aspecto determinante na prevenção de doenças infecciosas é a qualidade do ar em ambientes fechados e a periodicidade da higienização e limpeza.
A transmissão do vírus da covid-19 ocorre predominantemente pelo ar, tornando essencial a manutenção de sistemas de ventilação e filtragem.
A instalação dos sistemas de ventilação está prevista no RDC 50 da Anvisa, em conjunto com a Lei 13.589/2018, tornando obrigatório o Plano de Manutenção, Operação e Controle dos Climatizadores (PMOC). Essa lei visa garantir a qualidade do ar interno e proteger a saúde dos pacientes por meio de troca e manutenção dos filtros, evitando ou diminuindo infecções pelo ar.
Nos ambientes hospitalares e locais com maior risco de contaminação, é imprescindível adotar cuidados extras para evitar a propagação dos vírus.
Além da desinfecção rigorosa, os profissionais responsáveis pela limpeza devem estar devidamente protegidos com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), especialmente em ambientes hospitalares.
O uso correto de EPIs, higiene das mãos e evitar contato desnecessário com superfícies e materiais são cuidados adicionais essenciais ao limpar ambientes hospitalares ou áreas com pacientes que apresentam sintomas de SRAG.
“Diariamente deve ser realizada a desinfecção. A limpeza concorrente é feita também diariamente quando o paciente está no leito ou sala. Já a limpeza terminal é feita quando o quarto/leito ou sala é desocupada pelo(s) paciente(s)”, comenta Miranda.
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