São Paulo terá primeira estação de Metrô certificada com o LEED
O que isso significa para a sociedade e para os prestadores de serviços? Saiba aqui
O Metrô da cidade de São Paulo-SP terá na Estação Anália Franco o primeiro projeto registrado para buscar a certificação LEED.
“Seguramente, este projeto será uma vitória para as empresas e profissionais brasileiros que atuam no movimento de green building”, afirma Felipe Augusto Faria, CEO do GBC Brasil.
O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) nasceu há quase 30 anos e tem o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obras e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade.
De acordo com Marcus Herani e Camila de França, da gerência da Linha 2 do Metrô de SP, para obter a certificação são incorporadas as diretrizes do LEED aos projetos de obra civil e sistemas.
“Os monitoramentos e controles em obra estão sendo registrados e a documentação para submissão está em elaboração”, contam.
Contudo, o pedido de certificação somente ocorrerá após a operação e inauguração da estação, porque a certificação almejada é a de projeto e implantação (New Construction BD+C – versão 4).
A obra está na fase bruta, de escavação e estruturas de concreto.
A inauguração é prevista para 2026, juntamente com o trecho Vila Prudente – Vila Formosa.
Mas o que muda?
Sem dúvida, ações e práticas que reduzam os impactos ambientais são cada vez mais urgentes.
Entre as tendências está o crescimento de edificações sustentáveis.
Em suma, elas são projetadas para minimizar seu impacto no ambiente e obter o melhor uso dos recursos.
Para o Green Building Council Brasil, as certificações como o LEED ou o GBC Casa&Condomínio, para o setor residencial, são importantes ferramentas de transformação do mercado com foco em eficiência, conforto e sustentabilidade.
Tais edificações consideram a eficiência energética, gestão de água, adoção de materiais reciclados ou que em sua produção, transporte e manutenção estejam alinhados à questão ambiental.
Segundo a gerência da Linha 2, já é prática do Metrô empregar programas de controle ambiental.
“Os desafios são muitos e extensos, principalmente quando se está inserido em área totalmente antropizada (aquela que teve as características alteradas pelo homem) e com grande densidade populacional”, relata a gerência da Linha 2.
Menos recursos e menos desperdícios
Para as características de uma Estação de Metrô, no tocante à certificação, a demanda principal se concentra em reduzir os impactos em toda a cadeia produtiva da construção civil.
Certamente, isso começa pela redução de desperdícios até alcançar questões mais sofisticadas quanto a eficiência energética com estudos e simulação termoenergética.
Soma-se a isso a redução de consumo de água potável com o uso de equipamentos e dispositivos mais econômicos.
Existe ainda a proposta de reservatórios para captação de água de chuva para uso em lavagem de pisos e irrigação de áreas ajardinadas.
De acordo com Faria, na média, o potencial de redução do consumo de água nas edificações tem sido de 50%.
Já em relação à energia, reduz cerca de 25% comparado a normas técnicas de eficiência energética.
Ademais, 85% dos resíduos gerados de obra são desviados de aterros sanitários, com priorização de materiais com declaração ambiental de produto.
Limpeza com sustentabilidade
Para atender as edificações certificadas, os prestadores de serviços alinham seus processos às exigências dos clientes.
Sem dúvida, esse movimento já é bem visível no mercado da limpeza profissional, de acordo com Edilaine Siena, diretora da Câmara de Prestação de Serviços da Abralimp e diretora de desenvolvimento no Grupo GPS.
“A cadeia dos prestadores de serviços pode contribuir com muitos pontos para o LEED”, destaca.
Isso porque o mercado oferece produtos sustentáveis e equipamentos que evitam a poluição (tanto de combustíveis como sonora).
Sem falar nos equipamentos desenvolvidos para a melhor ergonomia do colaborador.
Processos e posturas diferentes
Edilaine ressalta que ao pensar em processos sustentáveis é preciso passar pelos pontos capazes de reduzir os impactos ambientais e sociais.
Por exemplo, ao optar pela compra de galões de cinco litros de um produto concentrado são economizados 400 frascos de produtos pronto uso.
Portanto, reduz espaço no estoque do cliente, transporte e resíduos para o ambiente.
E mais, a adoção de softwares de gestão, além de conferir eficiência ao processo, retira considerável quantidade de papel de circulação.
Faria destaca que as empresas e profissionais que atuam na operação e manutenção das edificações são primordiais para o movimento de green building.
“Os principais benefícios econômicos, ambientais e sociais passam pela excelência dos serviços de manutenção e limpeza. Nos capítulos sobre conforto, saúde e bem-estar temos protocolos específicos para a limpeza, como por exemplo o uso de produtos certificados (green cleaning)”, diz Faria.
Por fim, ressalta que a qualidade da limpeza é testada a cada dia através do monitoramento da qualidade do ar, testes de monóxido e dióxido, formaldeídos, compostos orgânicos voláteis e particulados, soluções e processos que contribuem com a maximização da eficiência hídrica e energética, entre outros temas.
Segundo a gerência da Linha 2, é preciso entender que as mudanças devem ser comportamentais e culturais.
“A consciência e preocupação com o meio ambiente é dever de todos e pequenas atitudes resultarão em grandes ganhos sustentáveis e de longo prazo para o meio ambiente”, afirma a gerência.
O Brasil é o quinto país em um ranking de 186 países com o maior número de projetos LEED.
Na revista Higiplus o leitor pode encontrar mais informações sobre certificações e o LEED.
Veja em: https://revistahigiplus.abralimp.org.br/edificacoes-sustentaveis-preparado-para-essa-realidade/
Fonte: Abralimp
Fotos: Freepik / Depositphotos