Higiplus Entrevista: gestão de equipes em home office. Os desafios e as perspectivas impostas ao modelo de trabalho
Vice-Presidente de Gestão e Conteúdo e Líder do Comitê de Diversidade e Inclusão da ABPRH falou sobre o tema durante entrevista
A pandemia impôs um novo jeito de viver. O primeiro impacto foi sentido na forma como trabalhamos. Realidade em algumas áreas, o home office acabou sendo eleito o modelo mais eficiente durante a fase que atravessamos para preservar os profissionais e evitar a derrocada total de inúmeros setores da economia.
Desde março ao sermos surpreendidos pelo decreto que impunha o isolamento social grande parte das tarefas exercidas em ambientes corporativos passaram a ser executadas dentro de casa. Há quem se adaptou rapidamente. Mas também há quem esteja enfrentando dificuldade com o sistema. Entre quem ama e quem odeia o desafio dos gestores é tirar melhor proveito das equipes, obtendo os melhores resultados.
Para falar sobre os desafios de conduzir e motivar equipes em trabalho remoto o Higiplus Entrevista recebe Luciano Amato, Vice-Presidente de Gestão e Conteúdo e Líder do Comitê de Diversidade e Inclusão da ABPRH – Associação Brasileira de Profissionais de Recursos Humanos; Presidente do Instituto Bússola Jovem e Coordenador do grupo Gestão por Competências.
De acordo com o convidado, tanto empresa quanto colaboradores estão passando por um grande aprendizado conjunto. “O home office ainda era pouco praticado pelas empresas devido à dúvida sobre se o colaborador que trabalha em casa gera a mesma produtividade e se a gestão de equipe é eficiente.”, pontuou.
“Além disso, a insegurança jurídica quanto à prática só foi amenizada com a reforma trabalhista”, enfatizou Amato, que acrescentou ainda: “do ponto de vista do colaborador, se o ambiente familiar do home office não é harmônico, essa qualidade de vida também é questionável.”
Ganhos em produtividade
Favorável à pratica do trabalho remoto, Amato apontou como um dos fatores mais estressantes para quem trabalha fora o deslocamento entre casa e trabalho. Apesar disso, lembra que é preciso saber administrar o tempo no trabalho em casa.
“A relação empresa X colaborador ganha em produtividade. Porém é preciso tomar cuidado, tudo deve ser feito com equilíbrio para evitar sobrecarregar o colaborador”, frisou ainda o entrevistado citando também a sigla em inglês “VULCA” – volátil, incerto, complexo e ambíguo. “Esse é um resumo do mercado, que mudará constantemente e muito rápido. A pandemia é um estágio para nos adaptarmos a essa nova realidade”.
A rapidez na adaptação será fundamental, assim como o planejamento para tirar melhor proveito do home office. E, em uma decisão conjunta empresa e funcionário devem analisar o que é melhor para as duas partes.
As dúvidas geradas também foram citadas durante a entrevista, além do compartilhamento de dicas como planejamento, metas, acordos e gerenciamento da entrega de resultados nesse novo modelo de gestão.
A motivação também foi destacada. “O ser humano quer se sentir valorizado e importante. E como se faz isso? Oferecendo condições de trabalho. É preciso garantir que esse colaborador tenha um espaço tranqüilo para trabalhar, um bom computador e uma boa internet. Mas não se pode repassar esse custo para o trabalhador. Por isso é preciso estar atento a todos os detalhes”, diz.
Até a ergonomia da cadeira de trabalho deve ser observada para que se atinjam os melhores resultados, além de prevenir futuras doenças ocupacionais. “A questão da estrutura deve ser analisada. Mas cuidar da saúde mental é importante. Definir horários e garantir a pausa, bem como acordos familiares para tirar melhor proveito do horário e organização do trabalho são fundamentais”.
Além disso, o especialista enfatizou a questão da violência doméstica, bem como acessibilidade e questões relativas a homofobia. “Nem sempre a casa é o lar, doce lar. É preciso que as empresas criem canais para que os trabalhadores denunciem ou busquem ajuda, se necessário. São medidas simples, mas que indicam a preocupação das companhias com seus colaboradores”, finalizou.
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Fonte: ABRALIMP – Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional.
Foto: Divulgação.