Como limpar mofo e bolor

Saiba como são formados o mofo e o bolor e a maneira de prevenir e mudar a aparência das áreas afetadas   

Muito além da aparência ruim, as manchas de mofo e bolor escondem fungos que podem ser prejudiciais à saúde.

O mofo e o bolor fazem parte do grupo de fungos que ocasionam mau cheiro e acabam com móveis, objetos e roupas, sem falar no risco de provocar o agravamento de doenças como rinite, sinusite, bronquite e asma.

Leandro Sena, CEO da Escola Nacional da Limpeza

O bolor é caracterizado por manchas acinzentadas ou esverdeadas, com aspecto aveludado, que ficam na superfície.

Já o mofo é marcado pela presença de pontinhos pretos, difíceis de serem retirados, com potencial de corroer tudo o que atinge.

“O bolor é o momento inicial de um fungo, sendo mais superficial e, consequentemente, mais fácil de remover. Já o mofo está em um estágio mais avançado e tem capacidade decompositora, podendo causar danos a estruturas e a móveis, caso não seja combatido a tempo”, compara Leandro Sena, CEO e fundador da Escola Nacional da Limpeza e estudante de medicina.

Importante, mas perigoso

Os fungos têm um papel importante na natureza e até na medicina.

Eles vão da função decompositora até iguarias como os cogumelos comestíveis.

Contudo, há tipos mais perigosos para a saúde.

É o caso da Candida auris, uma levedura altamente contagiosa que pode existir em superfícies e equipamentos médicos.

Seu comportamento assemelha-se ao de uma bactéria pela capacidade de se tornar resistente a medicamentos e desinfetantes de limpeza.

Em recente artigo publicado pela CMM/ISSA, o médico Tom Chiller, chefe da Divisão de Doenças Micóticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, disse que a Candida auris se tornou resistente a todas as três classes de antifúngicos, tornando-se uma superbactéria.

Portanto, mais que a preocupação com o aspecto, é preciso intensificar os cuidados com os locais onde mofo e bolor se apresentam pensando na saúde de seus ocupantes.

Limpar para combater a proliferação

Thiago Lopes, membro da Câmara de Fabricantes de Químicos da Abralimp

Thiago Lopes, membro da Câmara Setorial de Químicos da Abralimp, explica que o fungo é um tipo de microrganismo que como qualquer outro precisa de fatores ideais para reproduzir, como temperatura ideal, umidade e alimentos.

Assim, a limpeza entra para combater um desses fatores, que é a remoção dos “alimentos” do ambiente, como proteínas, gorduras, açúcares, entre outros.

“A frequência da limpeza faz reduzir as chances de o fungo proliferar, mas em ambientes por natureza úmidos é certo que em algum momento haverá a proliferação, sendo importante anular o fator de causa”, relata Lopes.

Sena ressalta que os fungos se alimentam de toda matéria orgânica.

Com isso, os tecidos, que são feitos em sua maioria com materiais naturais, tais como algodão, linho, lã e seda, são um prato cheio para esses organismos.

Cada ambiente, um cuidado

De acordo com Fábio Santiago, CEO da Dr. Ácaro, é importante manter os ambientes arejados.

Fábio Santiago, CEO da Dr. Ácaro

Os fungos se proliferam principalmente em locais úmidos e quentes.

E cada ambiente tem uma necessidade diferente de frequência.

Por exemplo, banheiros, que são locais mais úmidos, pedem intervalos menores de limpeza

Lopes destaca que no caso de fungos é importante ter em mente a necessidade de higienização, ou seja, promover a limpeza e desinfecção, uma vez que limpar é remover a sujeira visível, enquanto a desinfecção implica eliminar o que não se vê.

Vale lembrar que quando é possível enxergar o fungo (pelo mofo ou bolor) é porque ele formou o biofilme (a comunidade de microrganismos, que se fixam a superfícies formando uma espécie de barreira).

Produtos indicados

Mas cuidado: embora possa parecer simples aplicar as muitas misturinhas indicadas para eliminá-los, o assunto não abre espaço para testes e amadorismos.

Segundo Lopes, o indicado para eliminar os fungos são os produtos oxidantes à base de peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio.

“São produtos com eficiência maior que outros tipos de desinfetantes comuns”, pontua.

Sena informa que a característica do peróxido de hidrogênio é provocar a fácil oxidação de compostos orgânicos.

“É um potente desinfetante, pois destrói bactérias, fungos, algas e até larvas e insetos, dependendo da concentração e dosagem”, diz.

Ele também destaca que os vaporizadores e as extratoras a vapor são excelentes ferramentas que auxiliam na limpeza para eliminar ácaros, germes e fungos.

E com a Candida auris?

No caso da Candida auris, recorrente na área hospitalar, Lopes diz que os mesmos compostos são indicados.

Porém, independentemente do ativo, o produto precisa ser registrado com a categoria de desinfetante para a área hospitalar.

Caso a instituição ou o comitê de controle de infecção hospitalar (CCIH), que cuida do assunto, queira a garantia de desinfecção, Lopes alerta que é preciso apresentar um laudo de eficácia fungicida para Candida auris.

“Não é um laudo de fabricante, mas de laboratório acreditado pela Anvisa e Inmetro, da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas), para afirmar que elimina Candida auris”, explica.

Aumento dos fungos

Limpeza: agir preventivamente é o melhor caminho

A presença de patógenos fúngicos vem aumentando e pode agravar em razão das condições mais quentes e úmidas do clima em todo o mundo, bem como pelo crescimento de pessoas imunocomprometidas.

Contudo, embora eles estejam por toda parte, é preciso agir preventivamente para diminuir a exposição e possíveis doenças por infecções fúngicas.

“A incidência desses microrganismos sempre é reduzida pela higiene e é um trabalho infinito, pois as colônias estão em todos os ambientes”, diz Lopes.

Na maioria das vezes, a limpeza elimina a aparência deixada pelos fungos.

Todavia, há situações em que pode ser preciso fazer a restauração.

Isso inclui pintura, tingimento ou envernizar, além de ter de descartar peças nos casos mais graves, afirma Santiago.

Já no caso dos tecidos, remover a aparência do mofo ou bolor é um pouco mais complexo.

Além do peróxido de hidrogênio, muitas vezes é preciso o auxílio do vapor.

Contudo, dependendo da concentração do produto, a fibra é fragilizada e o tecido danificado de forma permanente, relata Sena.

Portanto, a higiene e a limpeza são importantes aliadas para combater os fungos e a formação de mofo e bolor.

Para quem quer conhecer mais sobre técnicas de limpeza, higienização de carpetes, estofados, bem como no ambiente hospitalar, vale acompanhar a programação da UniAbralimp.

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Fonte: Abralimp

Fotos: Freepik / Freepik / Divulgação