A limpeza não pode parar
Entenda os desafios de limpar locais com grande circulação de pessoas
Limpar diariamente os espaços que contam com alto fluxo de pessoas é crucial para a segurança de quem circula por esses lugares e um grande desafio para quem atua na limpeza profissional.
Principalmente depois da pandemia de Covid-19, a atenção para evitar contaminações alterou processos e comportamentos.
Paulo Marques, diretor da Unidade de Negócios Shopping Center do Grupo Brasanitas, afirma que os contratos na limpeza com lugares de grande fluxo de pessoas são sempre um desafio.
“A limpeza mudou um pouco o status após a pandemia. De invisível ganhou evidência. Ela precisa aparecer para gerar segurança aos clientes internos e externos dos ambientes”, enfatiza.
Portanto, supermercados, shoppings centers, hospitais, empresas e indústrias, espaços de lazer e cultura, academias, escolas e instituições de ensino, lojas, aeroportos e terminais rodoviários, enfim, muitos locais precisam de processos bem definidos para assegurar a eficiência da limpeza.
Assim, a pergunta que fica é: como executar a limpeza driblando a circulação de pessoas?
Maior controle
A Coordenação de Operação e Serviços de Limpeza do Sesc-SP, defende que a limpeza em ambientes de grande circulação exige maior controle.
“Quanto mais gente, menos você consegue enxergar o espaço, diferente de um ambiente de baixa circulação onde você vê mais o piso, por exemplo”, pontua a Coordenação do Sesc-SP.
Portanto, acessar espaços e circular com carrinhos e maquinários não é tarefa fácil em ambientes de grande rotatividade de pessoas.
Nesse sentido, é primordial entender a dinâmica de ocupação ambiental e o perfil do público.
Isso possibilita o mapeamento das áreas de maior fluxo e criticidade, e até elaborar um mapa de risco.
Tecnologia como aliada
Hoje, a IoT (internet das coisas) fornece recursos como o contador de público para apoio no estudo e direcionamento nas rotinas diárias das equipes, com alertas para o repasse da limpeza.
Sem dúvida, tais elementos permitem a definição de um plano estratégico com os principais pontos de cuidado, diferentes periodicidades de execução e monitoramento da liderança, ou ainda o uso de sistemas informatizados de controle dos serviços.
A análise da planta administrada, a definição de um plano logístico de abastecimento de materiais, e a implementação de uso de equipamentos compactos que possam ficar à mão de quem executa a limpeza são pontos relevantes para a definição de processos.
Plano de tarefas é essencial
Ricardo Barana, diretor executivo de Operações da Guima Conseco, destaca a necessidade de considerar o momento mais adequado para realizar a limpeza.
Especialmente em locais onde é importante evitar a utilização de máquinas ou a realização de atividades mais pesadas durante os horários de maior circulação de pessoas.
Dessa forma, é possível manter o ambiente conservado sem prejudicar o fluxo de clientes.
De acordo com Barana, para garantir a efetividade da limpeza em ambientes de grande rotatividade é primordial saber o que deve ser feito, onde, com qual frequência, com quem e como, ou seja, os equipamentos, utensílios e produtos que viabilizam o trabalho.
“É preciso calcular e dimensionar as ferramentas adequadas para evitar sobrecargas ou desperdícios”, ressalta.
Certamente, planejar a execução a partir do estudo do fluxo, permite melhores estratégias.
Por exemplo, é preciso pensar inicialmente em barreiras de contenção, como o uso de capachos, desde que respeitando a lei de acessibilidade.
Em suma, a atenção na limpeza nos primeiros metros das áreas de acesso reduz o volume de sujidade que entra no edifício por arraste.
Segundo a Coordenação do Sesc-SP, elaborar planos de trabalho focados em reter as sujidades antes da entrada no edifício e com maior frequência de limpeza nos acessos torna mais eficiente a dinâmica de trabalho e a produtividade das equipes.
Pontos de atenção
Contudo, após mapear as áreas, entram nas prioridades aquelas em que o contato com as mãos é mais usual.
“A preocupação com limpeza é latente, sobretudo pelas evidências de outras pandemias, gripes e mortes por fungos agressivos divulgados nos últimos meses. Com isso as práticas de limpeza em superfícies devem ser mantidas e incluídas nas rotinas de trabalho, como a frequente limpeza de corrimãos, botoeiras, puxadores e maçanetas com saneantes profissionais mais tecnológicos e eficientes como os a base de peróxido de hidrogênio ou à base de terpenos naturais, por exemplo”, informa a Coordenação do Sesc-SP.
Marques lembra que as rotinas mais pesadas são executadas na limpeza noturna. Ademais, é fundamental ter bem clara a definição de áreas críticas e semicríticas.
Ele ressalta que na limpeza das áreas críticas há um avanço do uso das tecnologias com as máquinas autônomas, que tem se tornado uma etapa importante do processo, permitindo operações mais enxutas e frequentes.
Contudo, vale dizer que a mecanização é possível a qualquer momento.
Basta escolher o tipo de equipamento adequado, muitos dos quais permitem limpar mesmo quando há circulação de pessoas.
Destaques nas áreas críticas
De modo geral, Marques cita duas áreas consideradas bem críticas nos ambientes, que são banheiros e praças de alimentação.
As praças de alimentação lidam com o entra e sai de clientes a todo momento, o que implica limpar mesas, cadeiras, louças, todos os utensílios de contato direto das pessoas, obedecendo os protocolos sanitários estabelecidos.
Além disso, pedem equipamentos e processos para manter o chão limpo e sem riscos para os frequentadores, sem que se tornem escorregadios e derrapantes.
Todavia, a higienização de banheiros é um ponto de atenção em todos os lugares.
Eles precisam ser o mais limpo possível, com os melhores processos, lavação profunda e diária, com permanente conservação durante o período de uso do público.
“É importante estruturar equipes com profissionais capacitados e experientes, além de fornecer os equipamentos e materiais adequados para a realização das tarefas. A objetividade e a simplicidade também são essenciais, quanto menos complicados os processos, melhor os resultados”, diz Barana.
Respeitar e engajar o profissional da limpeza
Marques compartilha a opinião sobre a necessidade dos profissionais entenderem seu papel no contexto da limpeza e de serem valorizados.
“Sabemos o quanto é importante respeitar o profissional da limpeza. A empresa deve ter o foco nas pessoas, pois não adianta apenas adotar os melhores produtos e equipamentos, tecnologias e processos se o grupo não está engajado”, enfatiza.
Além disso, a metodologia precisa ser bem definida para cada segmento. Isso é essencial para entregar os melhores resultados.
Seja no campo hospitalar ou na indústria, ter um plano de trabalho bem desenhado, articulado com as tecnologias e com equipe capacitada permite atingir as metas.
Ambientes de alta circulação exigem a estruturação de grandes equipes e quando se fala de limpeza o maior desafio é manter uma equipe de alta rotação treinada e engajada para executar corretamente os processos e zelar pelos materiais e equipamentos de trabalho.
“É natural que exista alta rotatividade entre os/as limpadores/as, inclusive faz parte do nosso trabalho o estímulo à qualificação e ascensão profissional dentro ou fora da empresa. Por isso é fundamental manter uma equipe de treinamento atuante em rede, e uma liderança local bem capacitada e alinhada com a cultura da empresa, trabalhando uma comunicação respeitosa, apta a multiplicar e monitorar as rotinas de trabalho dos/as limpadores/as”, conclui a Coordenação do Sesc-SP.
Capacitar, treinar e preparar gestores têm sido o caminho percorrido pela UniAbralimp.
Seus cursos preparam profissionais e empresas para os mais diversos desafios do mercado da limpeza profissional.
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Fonte: Abralimp