Processos para fortalecer o controle de infecções
Quais medidas são imprescindíveis em tempos de pandemia
O cenário atual da pandemia, com números alarmantes de óbitos e internações, coloca no radar as medidas de controle e prevenção de infecções para minimizar o avanço do coronavírus em diversos ambientes e, em especial, no hospitalar.
Por outro lado, a pressão pelo cuidado com a higienização está fazendo com que profissionais e empresas do setor se reinventem e fiquem cada vez mais atentos aos protocolos de limpeza.
“Na primeira onda tudo era mais difícil, pois não sabíamos a força do novo vírus, sua propagação e transmissão. Não tivemos tempo de ter a devida certeza de quais produtos para limpeza e desinfecção realmente poderiam ser utilizados em superfícies e espaços com eficácia comprovada, já que não haviam estudos reais atualizados”, relembra Robério Guimarães, gerente geral da Mundial Distribuidora.
Os procedimentos mais básicos como a averiguação diária da desinfecção dos ambientes e utilização de produtos com o foco na eliminação dos agentes virais, aliado a uma equipe treinada, é uma das melhores maneiras de proporcionar mais segurança a todos esses usuários, enfatiza Guimarães, que reitera: “mantendo atenção especial às áreas de contatos das mãos”.
Para Romeu Cancelli Baldiserra, diretor comercial da Maxitex, outra associada Abralimp, o mercado começou a enxergar o inimigo invisível e ter maior preocupação com o combate a ele. “Novos protocolos foram criados e houve investimento não somente em processos, mas também em novas tecnologias. Em nossa empresa, por exemplo, temos grande cuidado com a utilização do sistema de cores, a fim de evitar a contaminação cruzada de ambientes”, diz.
Baldiserra aponta ainda adoção de mop como um EPI (equipamento de proteção individual) para que o colaborador da limpeza não tenha contato direto de suas mãos com a sujidade no momento da descontaminação de ambientes.
“Acreditamos que ter um mop homologado como um equipamento de proteção reduziria – e muito – a contaminação de ambientes e pessoas que ainda utilizam o pano de chão, já que muitas vezes o profissional não está devidamente equipado com luvas e balde adequado. Por isso a importância na qualidade do equipamento e do agente químico para reduzir riscos e retrabalho”. Para ele, se houver a normatização de determinados equipamentos como obrigatórios, bem como formulações especificas, a limpeza profissional será levada mais a sério.
Já Susane Pereira, diretora comercial da Tron, associada Abralimp, conta que o plano de operação padronizado da empresa foi revisto em relação a sua periodicidade e eficácia, a fim de indicar quais áreas devem ser higienizadas de acordo com sua criticidade ou volume de pessoas que utilizam o espaço. “Essa medida é primordial para que as equipes de limpeza possam proceder da melhor forma onde é necessário”.
EPI´s
Outro ponto é a melhoria na informação sobre quais produtos utilizar nos ambientes, bem como a disponibilidade de itens devidamente preparados para uso, atendendo as diluições previstas por fabricantes, que deve estar disponível e de fácil acesso para as equipes.
“Foco maior no uso de EPI´s e equipamentos profissionais adequados para a limpeza dos ambientes, assegurando a segurança do funcionário e impedindo que este tenha contato direto com qualquer superfície que possa estar contaminada. Além disso, treinamento de atualização em relação aos cuidados que devem ser tomados para a segurança, além do entendimento da importância da realização do plano operacional”, relata a executiva, listando o que os profissionais devem adotar como procedimento.
Guimarães também defende a periodicidade da desinfecção como forma de conferir maior rigor aos protocolos. Somado a isso, ele indica a utilização de recursos como luminômetros (sistema de monitoramente da eficiência da higiene) para auxiliar na conferência e manutenção dos protocolos.
“A utilização de EPI´s certificados, equipamentos setorizados e capacitação profissional para a utilização dos produtos que combatem o vírus ajudam no controle de infecções”, destaca, para continuar: “é muito importante entendermos que os profissionais da limpeza são primordiais para ajudar nos controles de infecção, desde que tenham os equipamentos e procedimentos corretos tanto na limpeza química como na mecânica dos ambientes”, arremata o gerente.
Frequência na limpeza
Susane lembra que o reforço sobre os procedimentos básicos precisa ser divulgado constantemente. “Notamos que, com o tempo, os procedimentos iniciais não são mantidos pelas pessoas. Deste modo, novos treinamentos sobre a importância de lavar as mãos e aplicar álcool em gel, bem como usar máscaras de proteção comprovada continuam sendo a base de segurança dos funcionários que se mantêm trabalhando nas empresas.” Ela lembra ainda que a limpeza precisa ser mantida de forma regular e sistemática.
Ela conta que, além da maior periodicidade com a pandemia, também foi necessário adicionar aos processos de limpeza o uso exclusivo de produtos químicos devidamente aprovados. “Adquirimos equipamentos como carrinho aplicador, mops e EPI´s como luvas e máscaras devidamente certificadas para garantir maior segurança do funcionário”, indica.
Segundo ela, foi incluído no processo a atomização de produto desinfetante, “de forma recorrente e contínua, complementando assim o processo de limpeza das superfícies com a desinfecção do ambiente”, relembra.
Além da manutenção do plano de operação conforme previsto, Susane lembra que o profissional da linha de frente pode trabalhar em conjunto com a equipe de limpeza, indicando os ambientes que precisam de reforço na periodicidade da higienização.
Para Guimarães, a melhor maneira dos usuários dos ambientes ajudarem a evitar contaminação é, justamente, mantendo a limpeza constante dos espaços com produtos que estejam ao alcance das mãos e prontos para uso.
“Fazer a própria assepsia utilizando desinfetantes dermatológicos como álcool em gel e descartando corretamente as máscaras ao sair desses ambientes, também são medidas importantes para evitar contaminações cruzadas”, complementa o entrevistado.
Baldiserra é outro que reforça que, se cada indivíduo mantiver o distanciamento social, a correta e frequente higiene das mãos, bem como a utilização de máscara, o ambiente estará mais seguro.
Manutenção dos protocolos
Mas, e como ficam os procedimentos para controle de infecção no pós-pandemia? Em consenso, os entrevistados apontam que a gestão de procedimentos utilizados até agora deve ser mantida.
“Haverá a utilização de produtos e equipamentos para desinfecção total, em níveis microscópicos, em qualquer tipo de ambiente, independe do local: desde um pequeno escritório de advocacia até uma grande rede de hospitais, os padrões de controle e utilização de desinfetantes serão os mesmos”, atesta Guimarães. Segundo ele, o elevado nível de profissionalismo será determinante para o efetivo controle de qualquer tipo de nova pandemia.
Susane lista algumas medidas para a continuidade das ações de controle de infecção. Entre elas, estão a manutenção dos comitês de acompanhamento e gestão, bem como caixa de sugestões e acionamento, via sistema integrado, da equipe de limpeza quando necessário reforço no ambiente.
”Existem empresas e pessoas que se especializaram nesta gestão. Então, contratar quem tenha expertise neste processo irá gerar um resultado mais efetivo”, pontua, para completar: “tudo isso deve fazer parte dos processos de Segurança no Trabalho independentemente do tipo de empresa, e devidamente monitorado uma vez que a saúde dos colaboradores depende desta gestão”.
Baldiserra finaliza listando que intensificar a limpeza diária dos ambientes, conscientizar os colaboradores, os clientes diretos e indiretos e também os fornecedores é a medida mais acertada para fazer a gestão dos controles de infecção daqui para frente.
Fonte: ABRALIMP.
Foto/Divulgação: ABRALIMP.