O que saber para realizar o controle de pragas
Pessoal habilitado, um bom diagnóstico do local e frequência ajustada são algumas das necessidades
Manter ambientes livres de vetores, insetos e roedores não é tarefa fácil.
É um trabalho que exige a união das equipes de limpeza, de controle de pragas e de todos os que frequentam o lugar.
Os estabelecimentos devem manter condições higiênico-sanitárias para os funcionários e usuários em geral e a legislação estabelece regras para a realização dos serviços de controle de pragas e vetores.
“Cabe a um profissional habilitado analisar a estrutura da edificação, pontos críticos que favorecem a permanência de pragas e o tipo de atividade do estabelecimento para estipular a frequência de realização dessas atividades”, explica Luciana Silveira Lucio, diretora da Asservo Multisserviços.
Todavia, alguns segmentos, como o de alimentos e farmacêutico, estão obrigados por lei a manter o controle, diz Sérgio dos Santos Bocalini, biólogo e vice-presidente executivo da Associação dos Controladores de Vetores e Pragas (Aprag).
Entender o local
Segundo Bocalini, o controle específico para cada ambiente exige diagnóstico, vistoria, conhecimento das pragas que estão em questão (e seu comportamento), identificação da dosagem e melhores locais para fazer a aplicação.
Em suma, é importante traçar um plano para prevenir a entrada e permanência de pragas após a adoção das medidas preventivas.
Luciana explica que, geralmente, o controle biológico (que utiliza inimigos naturais das pragas para não deixar resíduos) é realizado com o uso de hormônios que possuem poder atrativo.
Ademais, para muitos casos existem meios de monitoramento e controle através de placas adesivas e de armadilhas luminosas.
Uso de químicos
Por sua vez, em relação a produtos químicos, o mercado oferece diferentes princípios ativos e soluções.
Desde aqueles que possuem ação knock down (morte rápida) aos desalojantes, que deixam efeito residual.
“A tecnologia nos trouxe produtos com baixo odor e extremamente seguros, inclusive com princípio ativo dentro de microcápsulas”, pontua Luciana.
Bocalini chama a atenção para a importância da contratação de empresas especializadas e informa que é necessário que elas tenham licença sanitária para desenvolver a atividade, sendo que alguns Estados exigem inclusive a licença ambiental.
“Além disso, é preciso comprovar a responsabilidade técnica do profissional”, orienta Bocalini.
Outra dica é consultar sempre as associações locais para ter informação sobre quem presta o serviço.
Aplicação sem riscos
A legislação e os fabricantes são bem claros nos cuidados com o manuseio e aplicação dos produtos.
“Produtos errados e com técnicas inadequadas podem contaminar pessoas, ambientes e alimentos, interferindo na rotina de todos”, alerta Luciana.
Na ausência dos cuidados necessários, há risco da ação contrária ao que se quer.
Por exemplo, criar resistência em alguns tipos de pragas, principalmente insetos.
Frequência garante a efetividade
Outro ponto de atenção é a frequência em que o controle deve ocorrer.
“Tem que ser minimamente mensal para alimentos e área farmacêutica para manter livre de pragas e, se estiver fora dessas categorias, observar prazo de 60 a 90 dias, no máximo, para conservar o ambiente sem a presença de pragas”, destaca Bocalini.
Segundo o especialista, tecnicamente, não há efetividade para aplicações anuais e, além disso, tem que avaliar a durabilidade da substância nas superfícies.
Marco Amatti, empresário e consultor técnico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), diz que quem trabalha com alimentos deve ter claro que a definição da frequência do controle observa diferentes fatores.
“Existem locais que precisam passar por um controle semanal. A periodicidade varia muito. Não há uma fórmula”, pontua Amatti ressaltando que é preciso considerar as características das pragas que incidem no local.
O importante é que o controle seja feito com base nos riscos para cada estabelecimento.
Por exemplo, estabelecimentos localizados próximos a bueiros precisam ter um planejamento diferente de restaurantes em uma área de alimentação dentro de um shopping center.
Limpar para prevenir
Luciana destaca que o controle deve adotar principalmente as medidas preventivas de barreiras de entradas.
Com isso, a limpeza assume um papel fundamental para o sucesso do controle de pragas e vetores.
Isso porque algumas pragas são onívoras, ou seja, se alimentam de qualquer tipo de material, incluindo papel, papelão e gorduras.
Para tanto, a fim de evitar a invasão e proliferação de pragas, os 4 A’s (água, acesso, alimento e abrigo) devem ser afastados, enfatiza Amatti.
Bocalini lembra que não há como impedir o acesso de pragas a um ambiente.
“Há sempre o risco de entrada, mas a infestação terá dificuldade de se estabelecer se houver limpeza. Ela tem de andar junto com o controle de pragas”, diz.
Trabalho em equipe
Certamente, a troca de informação entre a equipe da limpeza e quem realiza o controle de pragas, até para não remover produtos aplicados, é um ponto essencial.
A comunicação permite definir o melhor momento para a limpeza prévia, a aplicação de produtos para controle e o tempo de espera para a próxima limpeza.
Bocalini também orienta que, além da contratação de empresas credenciadas, é importante que o orçamento seja estabelecido em função da área a ser tratada, após as devidas análises.
“E, claro, deve-se evitar o autosserviço ou colocar o pessoal próprio para lidar com substâncias de risco que podem levar a intoxicações, além de não chegar ao resultado esperado”, alerta Bocalini.
Para saber mais sobre controle de pragas e entender a importância da limpeza para garantir a saúde e o bem-estar das pessoas, acompanhe a revista Higiplus.
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Fonte: Abralimp