Será que seu estofado foi limpo da forma correta?
Tecidos, sejam eles de estofados, tapetes ou carpetes, são filtros naturais que ajudam muito a manter a qualidade do ar, uma vez que capturam e prendem em seus “poros” as sujidades do ambiente. Mas para que esses filtros sejam seguros e funcionem, é preciso que tenham a manutenção correta, já que além das partículas de sujeira, eles também podem conter ácaros, fungos, vírus e bactérias.
Mas, diferentemente do carpete, onde o processo de higienização se baseia na limpeza de um material feito de “pelos”, no caso dos estofados estamos falando estruturas constituídas por “fios ou fibras” de tecido, o que requer conhecimento especializado. E aí fica a pergunta: se você já contratou um prestador para esse tipo de serviço, será que seu estofado foi limpo da forma correta?
“A higienização de estofados é a soma de sua limpeza e da desinfecção”, destaca o CEO Dr. Ácaro®, Fabio Santiago. “Além de tirarmos toda a sujidade do tecido, precisamos fazer a descontaminação do estofado, eliminando os microrganismos nocivos à saúde”.
A crescente demanda por serviços especializados, em especial por conta da pandemia, vem impulsionando este mercado. “A desacarização e a higienização de estofados é uma necessidade comum para o bem-estar dos ambientes”, afirma Leandro Sena, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Higienização e Impermeabilização de Estofados (AbraHigie). “Ao estimular a profissionalização e qualificação do serviço, também colaboramos para o fortalecimento do setor”.
É fato que a higienização de estofados é uma questão de saúde, mas ainda é muito comum encontrar prestadores do serviço errando no processo, como explica o diretor da Millicare, Paulo Jubilut. “Basicamente são tentativas de limpeza sem equipamentos ou produtos adequados que, assim como a falta de mão de obra especializada, fazem com que o processo não seja eficaz, causando retrabalho, desperdício de tempo e produtos, ou mesmo danos de alto custo, como a necessidade de troca dos tecidos ou perda do estofado”.
Mas final: como é feita a higienização?
O procedimento de limpeza começa com a análise do estado de conservação do estofado (se há tecidos soltos, rasgos ou furos) e então é feita a primeira etapa: a desacarização. “Os ácaros liberam fezes que se ressecam e se transformam em poeira. Utilizando os equipamentos corretos é possível alcançar até 20 cm de espuma, aspirar e reter essas fezes, além das micropartículas virais, devolvendo ar limpo para o ambiente”, explica Leandro.
Na sequência, vem a retirada das manchas, como as de caneta e esmalte, ou mesmo de chicletes. Só então é feita a aplicação da névoa de água e do produto limpador. Após, a superfície do estofado recebe a escovação motorizada (utilizando a escova adequada para cada tipo de tecido), e o mesmo equipamento que pulverizou o produto também será responsável pelo enxague e sucção. Por fim, é aplicado um produto finalizador para dar perfume e amaciar as fibras. Mas o processo não acaba por aí.
“Hoje, há muitas empresas não qualificadas que querem realizar os procedimentos mais fáceis ao invés dos mais corretos, e não promovem a secagem do estofado, entregando uma peça úmida ao cliente. Isso, além de proliferar bactérias, afeta toda a estrutura, uma vez que a madeira e demais componentes irão absorver essa umidade. Por isso, é fundamental contar com o que chamamos de soprador de ar quente, um equipamento desenvolvido especificamente para estofados e que possui temperatura controlada. Lembrando que não devemos confundi-lo com um soprador térmico – que pode derreter e danificar as fibras sintéticas do tecido ou mesmo queimar a superfície, no caso de fibras naturais”, completa Leandro. Fazendo a sopragem a quente, a peça é entregue ao cliente seca e pronta para o uso.
Após o processo completo, ainda é possível acrescentar uma etapa adicional, com o objetivo de fazer a desinfecção mais profunda do estofado. “O método que usamos é o almost dry (quase seco, em inglês) por microgotículas (µl/cm2), com ação e secagem em minutos”, explica Paulo, da Millicare. “Aplicamos a Biguanida Polimérica (PHMB), que tem como vantagem não ser oxidante ou inflamável, ter pH neutro (sendo segura para pessoas e animais), ser registrada na Anvisa e ainda agir contra vírus envelopados, como o coronavírus ou o Influenza”.
Vale salientar que essa última etapa não possui ação prolongada, e sim pontual. Portanto, não garante (como nenhuma pode garantir) que não haverá uma contaminação futura.
Construções sustentáveis
Uma seara que vem se conectando cada vez mais à higienização de carpetes e estofados para garantir a qualidade do ar é a das certificações verdes.
Apesar da pandemia (ou talvez por conta dela), o número de construções que buscam se enquadrar na categoria de empreendimento verde não para de crescer.
Uma das certificações mais conhecidas é a Leed, que determina estratégias e padrões para a criação de edifícios sustentáveis – no caso, corporativos – e que tem como uma das premissas a qualidade interna dos ambientes. Mas a novidade do mercado é que essas certificações estão chegando também às residências.
No fim de 2020, o GBC (Green Building Council) Brasil lançou um guia para interiores residenciais sustentáveis. Trata-se da certificação GBC Brasil LIFE®, iniciativa alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e que tem como intuito criar parâmetros técnicos e desenvolver conceitos sustentáveis para o setor de interiores residenciais no país.
“Neste período de epidemia, com mais pessoas em casa, idealizamos uma certificação baseada em três pilares: saúde, conforto e bem-estar”, afirma o presidente do Conselho de Administração do GBC, Raul Penteado.
Entre as categorias de pontuação para a certificação estão Saúde e Bem-estar (SBE) e Qualidade Interna do Ar (QIA) que dependem fundamentalmente da eliminação de ácaros, fungos, vírus e bactérias dos revestimentos do ambiente estando, portanto, intimamente relacionados à higienização de superfícies de tecido, como os estofados.
Muito além da estética, higienização significa saúde. E apesar das incertezas do momento, uma coisa é indiscutível: limpeza e saúde nunca estiveram tão em alta. Contar com um ciclo permanente de higienização dos estofados é uma garantia extra para se ter ambientes saudáveis e seguros – além, obviamente, de preservar seu patrimônio. Mas se você ainda tiver dúvidas sobre como escolher um bom fornecedor, Fabio Santiago, da Dr. Ácaro®, tem a receita: “Procure as associações do setor, como a Abralimp e a AbraHigie, que contam com requisitos para que as empresas associadas sigam corretamente todos os procedimentos. Elas estão preparadas tecnicamente para atender, respeitando os melhores protocolos de limpeza”, finaliza. A hora de eliminar ácaros, fungos, vírus e bactérias é agora.
Fontes: ABRALIMP, ABRAHIGIE e GBC.
Foto/Divulgação: ABRALIMP.