Está difícil limpar o rejunte? Veja como fazer
Adotar o processo correto evita o desgaste do rejunte e garante a limpeza com produtos menos abrasivos
Um bom detergente neutro e uma esponja podem retirar a sujeira grossa do rejunte, resume João Pedro Fidelis Lúcio, responsável técnico da Maria Brasileira.
Entretanto, os rejuntes podem encardir, desgastar ou ter a cor original alterada.
“Então, é muito importante saber identificar o que é mancha, sujeira ou desgaste”, destaca Lúcio ao defender que essa definição permite escolher o processo adequado para executar a limpeza.
Mas antes de saber como limpar, vale entender como é feito e quais os tipos de rejunte.
Entender o objeto da limpeza
Basicamente, os rejuntes são compostos de cimentos, polímeros, minerais e outros aditivos, aos quais é misturada água para transformar em uma massa homogênea.
Esse material junta e nivela um piso ou revestimento.
Além de vedar, tem a função de evitar fissuras e infiltrações, onde podem ficar sujidades submersas de difícil acesso para a higienização, explica Adriel Ferreira Dias, gestor do Sucesso do Cliente da Glix Química.
Thiago Féris, engenheiro atuante na Divisão de Soluções Comerciais da 3M, especifica três tipos de rejuntes: cimentício (o mais barato), acrílico (com um acabamento mais liso e impermeável) e o epóxi (mais resistente e durável).
“Quanto mais barato, mais poroso o acabamento e, portanto, se desfaz e aumenta a porosidade com a própria manutenção”, destaca Féris.
Contudo, todos os tipos apresentam certa porosidade, aumentada com o tempo, o que contribui para impregnar a sujeira, seja ela gordura ou mofo, comuns em pisos de banheiros.
Um novo visual com a limpeza
A boa notícia é que a limpeza permite melhorar a aparência do rejunte, embora não retorne 100% à condição original.
Segundo Féris, o processo de limpar varia de acordo com o tipo de rejunte e do local (banheiros, cozinhas, escritórios, fábricas etc.).
Isso porque dependendo do acúmulo de sujeira vai demandar um tipo de produto e uma ação mecânica específica.
“Existem produtos de uso profissional com bom poder de limpeza, que agem sem degradar o rejunte”, destaca Féris.
Entre esses produtos estão os alvejantes oxigenados, com ação clareadora.
Detergentes, respeitando o tempo de ação indicado, e o uso de ferramentas mecânicas, como escovas não abrasivas, também fazem a remoção de sujidades.
O importante é evitar ferramentas pontiagudas e raspagem.
Dias explica que, pelo fato de o rejunte ter uma base na química de pH alcalino, ao usar um produto alcalino (detergentes clorados, amônios, cáusticos), é possível limpar numa proporção de manutenção preventiva, ou seja, da limpeza diária.
E quando encardir?
Agora, para o desencardimento do rejunte ou para rejuvenescer o mesmo, quando já se encontra totalmente encardido, com fissuras e manchas, o ideal é usar produtos de base ácida.
“Os ácidos têm em sua natureza principal agir por corrosão, e isso se torna mais eficiente para o resultado final de limpeza pesada”, explica Dias.
Ele orienta que, embora o mercado ofereça produtos de bases ácidas com formulações exclusivas e balanceadas ao ponto de não estragar as paredes do rejunte ou do piso, é sempre importante ler o rótulo atentamente e seguir as indicações do fabricante para evitar manchas indesejadas.
“Limpar um rejunte nesse estado não é simples, exige muito de um bom produto e, acima de tudo, um bom profissional”, destaca Dias.
O que evitar na limpeza de rejunte
Féris alerta que é preciso ter cuidado na escolha do produto industrializado, bem como na sua manipulação.
“Um produto mais ácido faz a limpeza mais profunda, mas gera maior desgaste e consequentemente afeta a vida útil do rejunte”, destaca Féris.
Em suma, o desgaste aumenta a porosidade e faz com que o acúmulo de sujidades seja mais rápido.
Com isso, maior a frequência da limpeza, acelera a degradação, o que pode levar a ter que refazer o rejunte.
No geral, Dias recomenda evitar o ácido muriático e abrasivos metálicos, como escovas de aço.
“Os dois, juntos, são um combo para estragar ainda mais o rejunte, as paredes e pisos”, pontua.
Também as misturas caseiras e de produtos e substâncias devem ser afastadas. Elas oferecem riscos para quem faz a aplicação e podem corroer o próprio rejunte.
Pegando as dicas
De acordo com Féris, o ideal é estabelecer uma boa frequência da rotina de limpeza para não chegar ao encardimento e não ter que aplicar processos que aumentem o desgaste do rejunte.
Por fim, Lúcio ressalta que é preciso entender que o desgaste é uma agressão física e, por isso, os produtos de limpeza não mudam o estado.
“Mas existem produtos da construção civil que revitalizam a aparência”, pontua.
Preparado para usar essas dicas e deixar o rejunte com aparência de novo?
Para se aprofundar nas técnicas de limpeza, participe dos cursos da UniAbralimp.
Clique aqui e confira a programação.
Fonte: Abralimp
Fotos: Depositphotos / Depositphotos /