Tecnologia acelera inovação no mercado de limpeza e aumenta descarte consciente

Congresso Higicon apresenta cases de sucesso em operações de limpeza profissional

Todos gostam de um ambiente limpo, mas limpar gera resíduos, sendo importante cuidar da destinação adequada.

Quem faz essa observação é Edmar Cioletti, Sr. Head de Premises & Facilites da TOOLS Digital Services (Grupo Santander), que defende a importância de implantar modelos inovadores de descarte, além é claro, de praticar ações para a redução de resíduos.

No case apresentado no painel “Inovação nos processos – da limpeza ao descarte consciente: cases extraordinários”, durante o segundo dia do 29º Higicon, congresso voltado para o mercado da limpeza profissional, que ocorre em paralelo à Higiexpo, Cioletti diz ser possível reduzir a geração de resíduos a partir de decisões simples.

“Somente a retirada de lixeiras individuais nos escritórios para implantar um lixo centralizado, já permite-se perceber a redução de materiais descartados”, pontuou.

Edmar Cioletti, Sr. Head de Premises & Facilites da TOOLS Digital Services (Grupo Santander)
Edmar Cioletti, Sr. Head de Premises & Facilites da TOOLS Digital Services (Grupo Santander)

Além de ações para reduzir ou eliminar o lixo, Cioletti apontou estratégias como esgoto a vácuo com menos uso de água, aproveitamento de refeições direcionado a projetos sociais e utilizando cascas e restos de alimentos em processos de compostagem.

Tecnologia em prol da limpeza

O painel do Higicon, mediado por Lívia Lourenço, presidente-executiva da Associação Brasileira de Property, Workplace e Facility Management (Abrafac), apontou meios para usar a tecnologia em favor dos objetivos das empresas, “principalmente quando ela nos traz dados importantes”, disse Lívia.

Raquel Caravelli, coordenadora de facilities responsável pela higiene predial da unidade Morumbi do Hospital Albert Einstein em São Paulo, apresentou as tecnologias usadas pela instituição, que foi recentemente reconhecida como a mais inovadora do país na área de saúde.

“Tecnologia e inovação são primordiais. E o desafio do gestor de facilities é sempre buscar no mercado o que é melhor para a equipe operacional”, afirmou Raquel.

Raquel Caravelli, coordenadora de facilities responsável pela higiene predial da unidade Morumbi do Hospital Albert Einstein
Raquel Caravelli, coordenadora de facilities responsável pela higiene predial da unidade Morumbi do Hospital Albert Einstein

Entre as possibilidades para mudar os processos operacionais da limpeza, Raquel ressalta a importância de escolher produtos químicos adequados, que não só faça a desinfecção, mas otimize a rotina de quem usa na ponta.

“Buscamos encontrar produtos com função multiuso a desinfetante. Com isso, conseguimos tirar cinco produtos da equipe e colocar apenas um no lugar. Um único produto que, conforme a sua diluição, atende a diferentes necessidades da carga de desinfecção de cada área a ser limpa”, conta.

Com olhar para a sustentabilidade

Além disso, destaca ser fundamental o uso de produtos que sejam biodegradáveis. “Temos que pensar na sustentabilidade, buscar produtos que não agridam ao meio ambiente e que ofereçam segurança ao trabalhador”, diz Raquel.

Um dos ganhos ressaltados pela executiva foi obtido a partir da instalação de uma central de diluição. Com isso, foi possível garantir a diluição correta, rotular automaticamente com as especificações necessárias de diluição, validade e operador, reduzir desperdícios e evitar custos desnecessários. Tudo isso foi contabilizados na casa de R$ 500 mil por ano.

A adoção do luminol, que agrega uma técnica luminosa para verificar se a limpeza executada em pontos demarcados está de acordo, com objetivo de mitigar riscos de infecção, permite fazer com que pontos mais tocados sejam efetivamente limpos. 

“O luminol é uma metodologia que ajuda e facilita o processo educativo e está associado a um feedback imediato, ou seja, logo após o procedimento é possível verificar a qualidade da limpeza”, destaca Raquel.

Acompanhamento em tempo real

Além disso, Raquel ressaltou a importância de um software de gestão para permitir o acompanhamento em tempo real, controle e gestão de indicadores, monitoramento de manutenções preventivas e corretivas, garantir o atendimento das solicitações e ainda reduzir o consumo de papéis.

Também falou sobre a implantação de uma comunicação interativa com os colaboradores, facilitando os acessos a procedimentos, questionários e avaliações. Tudo isso sem perder de vista a necessidade de um bom cronograma de treinamentos, com individualização e voltado para conhecer o quanto o colaborador obteve de conhecimento.

Danielle Fernandes, diretora especialista de IFM de uma prestadora de serviços do segmento, falou para o público do Higicon sobre o desafio para enquadrar todos os serviços e processos de limpeza nas tecnologias, obtendo ganhos e mantendo a sinergia.

Tecnologia aliada ao aprendizado

Segundo Danielle, a tecnologia vem em várias frentes, com equipamentos autônomos, gestão inteligente para gerar dados e saber como fazer tudo funcionar de forma inteligente, vídeos analíticos, que apoiam no aprendizado do colaborador, e sensores e IoT.

“Sensores permitem entender o comportamento real das operações, com ganho financeiro na gestão de pessoas necessárias para operar”, enfatizou.

Danielle Fernandes, diretora especialista de IFM
Danielle Fernandes, diretora especialista de IFM

Isso porque o uso de sensores de captação, focado no fluxo de pessoas, de forma automática realiza acionamentos, por meio de ordens de serviço, de acordo com métricas pré-estabelecidas.

Personalização da limpeza

Trata-se de uma ferramenta que permite obter conhecimento real da operação. Não de quem executa a limpeza, mas de todo o ambiente, entendendo as áreas de maior circulação, horários de pico e permitindo direcionar o atendimento personalizado.

“Tudo é customizado de acordo com a necessidade de cada cliente, coletando dados do ambiente e definindo as melhores soluções para aquele cliente”.

Em resumo, a adoção de tecnologias permite criar um plano para trabalhar sob demanda e trazer benefícios para o dia a dia. “O principal é entregar para o cliente final a informação real de como o seu ambiente funciona e qual o plano de atividade que eu tenho que dar a ele, para que o mesmo entenda que o seu atendimento não será igual ao do vizinho”, destacou Danielle.

Por exemplo, ela citou um case em que, a partir do mapeando das condições em banheiros, foi possível reduzir 35% dos colaboradores dedicados, implantando operação por demanda, e reduzindo os repasses por dia em 42%.

Sem dúvida, o painel do Higicon permitiu aos participantes abrir o leque de opções para transformar as rotinas operacionais e obter resultados mais eficientes na limpeza.

Acompanhe na revista Higiplus as informações sobre a 29ª Higicon e a 28ª Higiexpo.

Fonte: Abralimp