Coronavírus – o que é preciso saber

Limpeza é aliada no combate à Covid-19. Doença tem o primeiro caso confirmado no Brasil

O Ministério da Saúde acaba de confirmar o primeiro caso da Covid-19, doença causada pelo vírus Coronavírus no Brasil. Atualmente o país conta com 132 casos suspeitos.

A confirmação do primeiro caso veio de um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que esteve na região da Lombardia (Itália) entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao desembarcar no Brasil apresentou sinais e sintomas compatíveis com a doença: febre, tosse seca, dor de garganta e coriza. Após ser submetido a exames clínicos foi constatada a suspeita de infecção pelo vírus.

Batizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus não tem registro de casos em solo brasileiro, mas todas as medidas devem ser tomadas para evitar o contágio. Integrantes de uma grande família viral, os coronavírus (CoV) causam infecções respiratórias leves a moderadas tanto em animais como em seres humanos. As variantes mais comuns do vírus resultam em sintomas semelhantes a resfriado comum.

Já o grupo de coronavírus (o nome tem origem nos picos da membrana do vírus que lembram uma coroa) descoberto na China pode causar síndromes respiratórias graves ou agudas, como as SARS (do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome – Síndrome Respiratória Aguda Grave) e a MERS (do inglês Middle East Respiratory Syndrome –  Síndrome Respiratória do Oriente Médio).

Entendendo a Covid-19

Identificado em janeiro deste ano na China, este coronavírus é cerca de 80% idêntico geneticamente ao da Sars e ainda mais próximo do coronavírus presente em morcegos. Além disso, o novo vírus é apontado como uma variação dos primeiros coronavírus identificados na década de 60.

Batizada em 30 de janeiro deste ano como Doença Respiratória de 2019-nCov e desde 11 de fevereiro como Covid-19, a nova ocorrência ainda não é totalmente conhecida. Sabe-se que uma mutação permitiu o surgimento do novo vírus. Variantes como SARS-CoV e MERS-CoV já são catalogadas pelos cientistas e chegaram aos seres humanos através do contato com gatos e camelos.

Em 31 de dezembro de 2019 a OMS (Organização Mundial da Saúde) emitiu um comunicado sobre o surgimento de casos de pneumonia na província de Wuhan (China). Com população de 12 milhões de habitantes (equivalente à cidade de São Paulo), a localidade é a sétima maior da China.

A partir daí várias hipóteses tomaram corpo acerca da transmissão da doença: através de animais marinhos, cobras ou morcegos. Não se sabe ao certo se o mercado de Wuhan foi o local onde o vírus se disseminou. Mas as pesquisas indicam que a primeira transmissão aconteceu de um animal para um ser humano. Depois disso a proliferação do vírus aconteceu de pessoa para pessoa.

Quais são os sintomas?

Foram identificados sintomas como febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave. Já há registro de mortes em decorrência da doença. Na China mais de 360 pacientes foram a óbito. Uma morte foi confirmada nas Filipinas.

Com período de incubação de dois a 14 dias, a transmissão viral acontece apenas enquanto os sintomas persistem através do contato pessoa a pessoa. Isso significa que quem cuidou de paciente – incluindo profissionais de saúde ou familiares – tendo contato físico ou permanecido no mesmo ambiente pode ser contaminado.

Mais de 17 mil casos são suspeitos na China. Em outros países há registro de 140. Segundo relatório emitido pelo Colégio Imperial de Londres, a taxa de transmissão entre humanos é de duas a três pessoas por cada paciente infectado.

Limpeza aliada no combate

 A OMS declarou em 30 de janeiro que os novos casos do novo coronavírus 2019-nCov são emergência de saúde internacional. Como ainda não há vacina para a doença, os especialistas indicam aplicação de medidas básicas para combater a propagação do vírus: Lavar as mãos, cobrir boca e nariz ao espirrar e cozinhar bem carne e ovos.

Mas como o contágio também pode se dar pelo ar ou através do contato com secreções contaminadas como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas seguido de contato com boca, nariz ou olhos a recomendação do Ministério da Saúde é intensificar os cuidados para reduzir o risco de transmissão do novo coronavírus:

  • evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
  • realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
  • utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • manter os ambientes bem ventilados;
  • evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;

Profissionais de saúde devem utilizar as medidas de precaução padrão: máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção. A limpeza nesses ambientes deve ter cuidado redobrado, assim como a desinfecção. Todos os integrantes das equipes de profissionais alocados para a tarefa devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), de acordo com os protocolos, e sempre fazer a higienização das mãos.

Segundo Carlos Eduardo Panzarin de Castro Mello, diretor técnico da Abralimp, as atividades das equipes de limpeza profissional ajudam a promover ambientes saudáveis e livres de contaminações.

“Para combater a proliferação de vírus nos ambientes as equipes devem utilizar produtos preferencialmente de ação sanitizante e bactericida e também dar a máxima atenção na higienização das superfícies onde ocorre maior contato das pessoas, tais como maçanetas, botões e interruptores”, orienta.

A medida é válida também para demais ambientes. Porém, a correta limpeza de superfícies dessas superfícies durante o processo diário de limpeza também é fundamental para evitar a proliferação de vírus, já que tudo o que pode ser tocado pelas mãos pode se transformar em um potencial agente transmissor.

Mello destaca que as equipes de limpeza devem atentar para a proteção contra o coronavírus cuidando da higienização das mãos, lavando-as corretamente e com freqüência.

“Outro cuidado muito importante é utilizar de forma correta os EPI’s: luvas, sapatos de segurança, óculos de proteção e máscaras. Além disso, é fundamental o profissional ter atenção na realização de suas tarefas, estando sempre alerta ao ambiente que está sendo higienizado e observando os potenciais riscos que o mesmo possa conter”, enfatiza.

Para Miguel Sinkunas, diretor da Câmara Setorial de Fabricantes de Químicos da Abralimp, a utilização de álcool gel na finalização dos processos de limpeza é fundamental. “Desta forma, aumenta o cerco aos vírus e bactérias”, diz o especialista.

Sinkunas esclarece ainda que tanto na forma líquida como em gel a concentração de álcool etílico em 70% oferece melhores resultados. “A desnaturação das proteínas dos microrganismos é mais eficiente na presença da água, já que facilita a penetração do álcool para dentro dos micro-organismos. Além disso, a água retarda a volatilidade da mistura, permitindo maior tempo de ação, indispensável para sua atuação”, explica. “Cabe lembrar ainda que o álcool gel leva vantagem neste quesito, já que sua volatilidade é ainda menor”, finaliza.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) – Ministério da Saúde

www.saude.sp.gov.br

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